Tereza foi uma líder quilombola, que viveu durante o século 18 e hoje é símbolo de resistência
A ilustração, do século 19, foi adotada por organizações do movimento negro para representar Tereza (Foto: Wikimedio Communs)
25 de julho, no Brasil, é estabelecido como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data, marcada em 2014, com a Lei nº 12.987/2014 , celebra as lutas e das conquistas de mulheres negras e questiona reflexões sobre de como estruturas sociais e políticas que prejudicam a vivência das mulheres negras. Conheça mais sobre a ex-escrava que virou rainha e hoje é símbolo de resistência colonial.
Não há registros de onde ou quando Tereza nasceu. Sua história começa a ser montada quando seu marido José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho, foi assassinado, no século 18, e Tereza, assumiu e se tornou líder do local. Durante seu governo, o espaço, também era conhecido como Quilombo do Quariterê, hoje atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia, era uma comunidade unida de negros e indígenas.
Segundo estudos da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Tereza navegava com grandes barcos pelos rios do pantanal. E todo era chamada de“Rainha”. Sua liderança também se destacou pela criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa. Era cultivado o algodão, para produção de tecidos, milho, feijão, mandioca, banana, entre outros.
“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entrava os deputados, sendo o de maior autoridade…Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executava à risca, sem apelação nem agravo,” grava registros no Anal de Vila Bela do ano de 1770.
A líder comandava, além da estrutura política, a econômica e administrativa do quilombo. Os objetos de ferro, antes utilizados para prender a comunidade negra eram transformados em instrumentos de trabalho.
O quilombo, segundo os textos, resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho. A população, 79 negros e 30 índios, morta ou aprisionada. Já sobre Tezera, existem duas versões, segundo a UFRB: ela teria se suicidado depois de ser capturada por bandeirantes ou que ela teria sido assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.
Enquanto os vereadores da oposição votaram à favor do aumento do benefício, os vereadores da bancada do prefeito votaram contra
Na
sessão extraordinária desta sexta (24), os vereadores da Bancada de Oposição de
Petrolina votaram a favor do Projeto de Vale Alimentação Estudantil-VAE e
defenderam a Emenda Aditiva nº 01, que sugeria o pagamento do VAE retroativo ao
mês de maio e a Emenda Modificativa n° 01, que alterava o valor mensal do VAE
para R$ 100, enquanto os vereadores
da bancada do prefeito votaram contra essas propostas apresentadas pelos parlamentares
Paulo Valgueiro, Gilmar Santos, Cristina Costa, Elismar Gonçalves e Gabriel
Menezes.
Durante
a sessão, os vereadores da Bancada de Oposição destacaram que o governo de
Petrolina tem a garantia mensal dos recursos do Ministério da Educação
destinados à merenda escolar e pode destinar um valor maior para o Vale
Alimentação para os estudantes da rede municipal de ensino, enquanto durar a
suspensão das aulas, uma vez que a Lei nº 13.987, de 7 de abril de 2020,
sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, altera a Lei nº 11.947/2009, para
autorizar, em caráter excepcional durante o período de suspensão das aulas em
razão de situação de emergência ou calamidade pública, a distribuição de
gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas
públicas de educação básica. E o Prefeito decretou calamidade pública em
Petrolina por meio Decreto Municipal nº 12/2020.
“Deixamos
claro que nós, vereadores da Bancada de Oposição, defendemos o valor de R$ 100
como Vale Alimentação, retroativo a maio, para ser distribuído aos quase 55 mil
estudantes de Petrolina em substituição à merenda escolar. É bom que se
registre: isso não é um favor do Prefeito. A Lei Federal permite, em caráter
excepcional, a distribuição imediata aos pais ou responsáveis dos estudantes,
dos gêneros alimentícios adquiridos com recursos financeiros recebidos pelo
Ministério da Educação, durante o período de suspensão das aulas nas escolas
públicas de educação básica, em razão de emergência ou calamidade pública, como
é o caso de Petrolina, que decretou estado de emergência desde março”,
pontua o líder da bancada de oposição, Paulo Valgueiro.
A live, organizada pelo Mandato Coletivo, será realizada no próximo sábado (25) e contará com a participação da médica da atenção básica e plantões de emergência clínica, Carol Aquino, da doula e consultora em aleitamento materno e educadora perimetral, Danny Silva e de Jonalva Paranã, que é psicóloga e especialista em Saúde da Família e Vigilância em Saúde.
O Mandato Coletivo realizará, no próximo
sábado (25), às 17h, uma live que abordará A Saúde da Mulher Negra em
Petrolina-PE. A atividade faz parte da programação do Mandato na campanha Julho
das Pretas:“A vida de meninas e mulheres negras
importam”, que acontece
anualmente em alusão ao dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro
Latino-americana e Caribenha, e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da
Mulher Negra.
O principal objetivo da Campanha é evidenciar
o debate sobre as políticas públicas de enfrentamento ao racismo, aos
preconceitos e a todas as formas de violação de direitos, reafirmando o
protagonismo e a participação das mulheres negras nos espaços políticos,
atuando em defesa da vida e do direito dessas mulheres e meninas.
A live que será apresentada pela radialista e integrante do Mandato, Ângela Santana, será transmitida em todas as redes sociais do Mandato e contará com a participação da médica da atenção básica e plantões de emergência clínica, Carol Aquino, da doula e consultora em aleitamento materno e educadora perimetral, Danny Silva e de Jonalva Paranã que é psicóloga e especialista em Saúde da Família e Vigilância em Saúde.
Por meio de duas emendas ao Projeto Lei nº 16/2020, do Executivo, que cria o Vale Alimentação Estudantil – VAE, os parlamentares sugerem o pagamento retroativo ao mês de maio e que o valor mensal do VAE seja de R$ 100,00 (cem reais), ao invés dos R$ 50,00 (cinquenta reais) propostos.
Bancada de Oposição
Na sessão da Câmara de Vereadores desta terça, 21/07, os vereadores da Bancada de Oposição, Paulo Valgueiro, Cristina Costa, Elismar Gonçalves, Gabriel Menezes e Gilmar Santos, apresentaram duas emendas ao Projeto Lei nº 16/2020, do Executivo, que cria o Vale Alimentação Estudantil – VAE, destinado aos estudantes da rede pública municipal de ensino, em decorrência do estado de calamidade pública em saúde pela pandemia da COVID-19. A Emenda Aditiva nº 01, sugerindo o pagamento do VAE retroativo ao mês de maio e a Emenda Modificativa nº 01, sugerindo que o valor mensal do VAE seja de R$ 100,00 (cem reais), ao invés dos R$ 50,00 (cinquenta reais) propostos.
Os Vereadores da Bancada de Oposição buscam aperfeiçoar o projeto encaminhado pelo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, atribuindo um valor que proporciona aos estudantes um maior poder de compra, pois sabem das dificuldades impostas às famílias nesse período de restrições sanitárias, em que muitas pessoas estão impedidas de trabalhar.
Vários foram os depoimentos de estudantes e seus pais, que reclamaram sobre o descumprimento da promessa feita pelo prefeito, de distribuir mensalmente o kit alimentação em substituição à merenda escolar durante a pandemia do Covid-19. A denúncia principal é que durante todo esse tempo, a Prefeitura de Petrolina destinou apenas dois kits alimentação para os quase 55 mil estudantes matriculados. Eles eram compostos por produtos de péssima qualidade e diferentes dos que foram licitados. Os vereadores da Bancada de Oposição tomaram posição contra essa prática e cobraram da gestão municipal uma ação urgente para minimizar os prejuízos causados a esse público. Isso porque, mesmo com os recursos assegurados pelo Ministério de Educação para a merenda, o prefeito não está assegurando os kits aos estudantes de Petrolina.
As duas emendas receberam veto dos vereadores ligados ao prefeito, sob a alegação de serem inconstitucionais porque tratam de matéria financeira, aumentam despesas e o vereador não tem competência para legislar nesse caso, que seria privativa do Poder Executivo. No entanto, quanto ao aspecto da iniciativa das emendas, não há nenhum vício na proposição das emendas legislativas. Não há óbice à proposição de emenda parlamentar para aprimorar proposição do Executivo de uma lei que cria auxílios ou benefícios para a população em geral e não se referem à estrutura e à organização da administração pública, envolvendo servidores e órgãos do Executivo.
“De forma desonesta e covarde, os vereadores da bancada do prefeito tentam confundir a população de Petrolina com informações mentirosas. Usam de todos os artifícios para barrar as proposições da oposição, sem se preocupar com o prejuízo que causam à população. O prefeito de Petrolina distribuiu produtos de péssima qualidade nos itens do Kit Merenda, muitos, impróprios ao consumo humano. Visando o melhor interesse da população, apontamos uma solução simples e mais eficaz: implementar um Cartão Alimentação. Depois de nossa batalha, chegou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 16/2020 criando o Vale Alimentação Estudantil – VAE no valor de R$ 50,00.” afirma o líder Paulo Valgueiro.
Os vereadores da Bancada de Oposição se respaldaram na Emenda Constitucional nº 106 de 07/05/2020, que dá poder ao Legislativo para apresentar projeto que onera o município em casos de calamidade pública, da mesma forma que a Câmara dos Deputados aumentou a proposta do Presidente da República no auxílio emergencial de R$ 600, conforme previsão do art. 3º da EC 106/2020 que prevê que ‘Desde que não impliquem despesa permanente, as proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos restritos à sua duração, ficam dispensados da observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita’.
“Ao notarmos a inconsistência do Projeto do Executivo, que pode e deve atender as necessidades do público estudantil, propomos duas emendas essenciais: uma para que esse pagamento seja retroativo ao mês de maio e outra para majorar o valor para R$ 100,00. Daí, vem bancada da situação, que é orientada pelo Prefeito, criar todo tipo de imbróglio para reprovar a nossa sugestão. Não iremos desistir de fazer o melhor para nossas crianças. Não estamos preocupados com essas armadilhas criadas pelo grupo do prefeito, queremos resolver os milhares de problemas da população de Petrolina, escondidas debaixo do tapete”, pontua Valgueiro.
O projeto deve voltar à pauta nesta sexta-feira, dia 24, às 9 h, na sessão extraordinária remota convocada pelo presidente da Casa, Osório Siqueira, quando serão retomadas as discussões e a bancada de Oposição defenderá a implementação das emendas propostas.
A Presidente do Conselho Municipal de Educação de Petrolina e professora da rede municipal, Dra. Magda Feitoza, e o professor e doutorando em Educação, Antônio Carvalho, são os convidados dessa edição.
O Chame Gente desta quinta-feira (23) vai abordar a aprovação do texto-base da PEC 15/2015 que aumenta a participação da União de 10% para 23% no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) até 2026 e o torna permanente, excluindo a proposta do Governo Federal de destinar parte da complementação adicional da União ao Renda Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família numa tentativa de enganar e comprar a população, convertendo os recursos da educação em benefício de assistência social.
O Fundeb foi criado em 2007, durante o governo Lula e é responsável pelo financiamento da educação pública (do ensino básico ao médio) no Brasil, que por meio de impostos estaduais, municipais e federais garante o reforço de caixa de estados e municípios para investimentos na educação. A verba é usada para pagar desde salários dos professores a reformas de escolas. Sendo temporário, o Fundo expira no final deste ano e por isso foi necessária a implementação e renovação do projeto por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
A Presidente do Conselho Municipal de Educação de Petrolina e profa. da rede municipal, prof. Dra. Magda Feitoza (UFRPE) e o professor e mestre em educação, cultura e territórios semiáridos e doutorando em Educação e contemporaneidade (UNEB), Antônio Carvalho, são os convidados desta edição, que além de debater sobre a aprovação da PEC trarão uma abordagem regionalizada, trazendo para a pauta a situação da educação em Petrolina, bem como o futuro dessa educação no município e no Brasil como um todo.
O programa, apresentado pelo professor e vereador Gilmar Santos (PT), será transmitido em todas as redes do Mandato Coletivo (Instagram, Facebook e YouTube) à partir das 17h.
São duas pautas que fazem parte do direito à saúde, à cultura e ao lazer da nossa população. Vamos lutar para que as nossas periferias sejam tratadas com maior dignidade e respeito”, afirmou o parlamentar
Bairro Rio Jordão
Atendendo às demandas das comunidades, o vereador Gilmar Santos apresentou na sessão extraordinária desta terça-feira (21), indicações que solicitam ao prefeito Miguel Coelho, por meio da Secretaria de Municipal de Infra Estrutura, Mobilidade e Serviços Públicos, que sejam instalados no bairro Jatobá 02: um equipamento público de lazer no terreno localizado na rua 43 e serviço de saneamento básico na Avenida Maria Coelho Cavalcante, bem como nas demais que se encontrem sem o serviço; e que seja realizado o serviço de reparo do sistema de saneamento na Rua 16 do bairro Rio Jordão, que encontra-se com um problema de retorno no sistema de esgoto.
Garantir saneamento básico e espaços de esporte e lazer – em especial quando esses equipamentos podem ser a única alternativa para a população de comunidades periféricas que sofrem com a privação de acesso a inúmeros direitos- deve ser uma das ações encaradas como prioridade para qualquer gestão pública, porém, essas continuam sendo uma das dificuldades mais apontadas por essas e outras comunidades do município, o que deixa explicita a vulnerabilidade a qual estão expostos os moradores dessas localidades.
A situação na Rua 16 do bairro Rio Jordão, por exemplo, é crítica e já perdura há bastante tempo. Há mais de um ano a população vem constantemente pleiteando que o problema seja resolvido, pois, o acúmulo da água contaminada e dejetos já tem criado uma espécie de “piscina” de poluição, o que pode trazer risco à saúde dos moradores e moradoras da localidade.
“Desde o início do nosso mandato temos chamado a atenção da gestão municipal para a urgência na implantação do saneamento básico para as comunidades do Rio Jordão, Jatobá, Loteamento Geovana, Vila Vitória e Henrique Leite. Esses moradores estão com a saúde em constante risco. Além disso, esperamos que esse equipamento público que indicamos para o o loteamento Jatobá seja efetivamente construído e que programas de esportes e cultura orientem a comunidade no uso do equipamento. São duas pautas que fazem parte do direito à saúde, à cultura e ao lazer da nossa população. Vamos lutar para que as nossas periferias sejam tratadas com maior dignidade e respeito”, afirmou Gilmar, proponente das indicações.
Procurado por moradores das ocupações Vila da Fé e Jardim Petrópolis, o parlamentar soube que essas comunidades estão, sem justificativas, vivendo sob constantes ameaças de retirada por parte da prefeitura
Ocupação Vila da Fé
A situação crítica que algumas famílias da Ocupações Vila da Fé e Jardim Petrópolis estão enfrentando, representa a imagem de uma Petrolina que têm recebido pouca atenção do poder público municipal. Procurado por moradores das ocupações, o Mandato Coletivo, representado pelo Vereador Prof. Gilmar Santos (PT), apresentou na Sessão Extraordinária de hoje (21), um requerimento (Nº 211/2010) para que o município, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, responda oficialmente sobre estas ações que ferem os Direitos Humanos.
Há alguns dias, moradores da ocupação Vila
da Fé foram retirados do terreno que ocupavam e colocados em outro, agora
enfrentam a ameaça de uma nova retirada, sendo que todo processo se deu sem que
fossem fornecidas maiores informações e justificativas para os ocupantes. O
mesmo vem acontecendo com a população que ocupa um terreno no bairro Jardim
Petrópolis, que vive sob ameaça de ser retirada do local onde vivem.
Para o vereador Gilmar Santos “a
ausência de uma política de habitação democrática, com participação popular e
com transparência, tem levado diversas famílias a questionarem a gestão
municipal, desconfiarem de práticas eleitoreiras e de possível influência de
aproveitadores e especuladores que fazem negócios com as casas que recebem.
Tudo isso precisa ser combatido”.
O direito à moradia é um dos mais básicos
e essenciais para a garantia da dignidade de qualquer indivíduo, reconhecido e
implantado como pressuposto para a dignidade da pessoa humana, desde 1948, com
a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, recepcionado e propagado na
Constituição Federal de 1988, por advento da Emenda Constitucional nº 26/00, em
seu artigo 6º, caput.
Além disso, é fundamental ressaltar que a
Constituição (inciso
XXIII do art. 5°) prevê
que a propriedade deve desempenhar sua função social, ou seja, abrigar gente. No país existem em média 6
milhões de pessoas precisando de moradia ao mesmo tempo, existem mais de 7
milhões de casas vazias, ou seja, sem função social.
Desde 2017, o vereador Gilmar vem acompanhando a política de habitação no município. Só no ano passado, o parlamentar denunciou a redução de investimentos na área de habitação, apresentou emenda que eleva de 30 mil para 1 milhão e meio os recursos para o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, realizou plenárias populares para debater o direito à moradia junto à população, entre outras ações voltadas ao tema, exigindo sempre maior implementação e transparência das políticas públicas de habitação, a fim de que todos tenham seus direitos assegurados.
O convidado desta edição do programa Chame Gente é o professor e ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Leher
Esta edição do programa Chame Gente comemora o centenário do nascimento de Florestan Fernandes (1920-1995), um dos mais emblemáticos sociólogos brasileiros, e conta com a participação de Roberto Leher – ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor colaborador da Escola Nacional Florestan Fernandes. O programa, apresentado pelo vereador Gilmar Santos (PT), será transmitido amanhã (22) às 10:30h no Instagram, facebook e YouTube do Mandato.
Com mais de 50 obras e quase dez anos de
carreira política como deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (1986-1994),
Florestan Fernandes contribuiu de maneira significativa para a construção do pensamento
social crítico no Brasil, dedicando-se a construir uma análise do Brasil
abertamente comprometida com a mudança social. Em seu amplo conjunto de obras,
Florestan dedicou-se ao estudo etnológico dos índios Tupinambá, dos resquícios
da escravidão, do racismo, da luta de classes e da pobreza na sociedade
brasileira.
Uma das principais lutas de Florestan foi
pela manutenção, ampliação e democratização do ensino público, entendendo a
democracia como liberdade de educar e direito irrestrito de estudar, atuando
contra as pretensões das redes privadas de ensino. Quando deputado, participou
ativamente da discussão, elaboração e tramitação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), que só seria aprovada em 1996, um ano depois de sua
morte.
Florestan acreditava que a educação
deveria ser uma experiência transformadora que desenvolvesse criatividade aos alunos
e alunas, dando condições de se libertar da opressão social, e para isso, as
escolas deveriam se desprender dos mecanismos de dominação de classe da
sociedade, responsável pelo aprofundamento das desigualdades sociais e consequentemente
do racismo.
De acordo com Gilmar, em cenário de
barbárie e de desmonte da educação pública pelo atual (des) governo, é mais que
necessário relembrar o legado de Florestan e o seu esforço na construção de um
pensamento sociológico brasileiro, que vai além das teorias propagadas pelas
classes dominantes que perduram até os dias atuais.
“Celebrar o centenário de nascimento
de Florestan Fernandes é celebrar a história de um brasileiro profundamente
comprometido com a construção de um país efetivamente socialista, democrático,
dedicado a ciência, ao pensamento crítico, à emancipação e ao desenvolvimento
do seu povo. Florestan foi um pensador revolucionário, e isso deve nos de
inspiração, principalmente em tempos de ignorância tão hedionda e desigualdades
tão violentas. Somente o pensamento crítico e a força militante pode nos
conduzir a uma mudança, e nesse sentido Florestan é um grande exemplo. Queremos
enfatizar ainda mais essas contribuições do grande mestre nesse bate-papo que
faremos com o renomado professor Roberto Leher, que gentilmente aceitou o nosso
convite”, disse o parlamentar.
Saiba mais +
Um documentário sobre Florestan também
será exibido pela TV Cultura nesta quarta-feira (22), às 22h45, e também no canal
do YouTube eFacebookda emissora e às 20h00.
+Para mais informações, você pode acessar os links abaixo! Boa leitura
“Nessa segunda reunião conseguimos avançar no sentido da formalização e estruturação dessa dessa instituição que pretende ser um instrumento fundamental de promoção e defesa de direitos humanos para a população de Petrolina”, disse Gilmar Santos (PT), proponete da ação
2ª Reunião do Observatório Popular dos Direitos Humanos
Um dos encaminhamentos da segunda reunião, do Observatório Popular dos Direitos Humanos em Petrolina, realizada hoje (17) é a criação de uma Comissão Provisória composta por 6 representantes da sociedade civil organizada e 4 dos poderes executivo, legislativo e judiciário que deverão se reunir no dia 31 deste mês para formular um projeto de estatuto do observatório, que em seguida será apresentado e debatido com os demais integrantes.
Iniciativa do Mandato Coletivo, representado pelo vereador professor Gilmar Santos (PT), o projeto tem como objetivo reunir representantes da sociedade civil organizada, dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário para atuar na promoção e defesa de direitos, especialmente das populações que se encontram em situação de vulnerabilidade social. A proposta é que, de forma coletiva, seja constuído e um espaço permanente de diálogo, reflexões, de produção e compartilhamento de informações e conteúdos relacionadas aos Direitos Humanos no município.
Para o vereador Gilmar, a reunião desta sexta foi muito proveitosa na construção dos próximos passos para a formalização do Observatório: “Nessa segunda reunião conseguimos avançar no sentido da formalização e estruturação dessa dessa instituição que pretende ser um instrumento fundamental de promoção e defesa de direitos humanos para a população de Petrolina”, explicou.
Estiveram presentes nesse encontro: Karina Leonardo e Poeta Nascimento representando a Frente Negra do Velho Chico; o conselheiro tutelar Gileade Azevedo; o vereador Paulo Valgueiro; Márcia Alves da Associação das Mulheres Rendeiras; a jornalista Raiane Sousa, representando a vereadora Cristina Costa; Patrícia Bonfim, representando o Grupo Raros; Adna Amorim, diretora da Secretaria Executiva de Juventude, Direitos Humanos, Mulher e Acessibilidade; Arthur Faustino, da Comissão de Direitos Humanos da OAB; Normeide Farias, secretária da Mulher do Estado e região do Sertão do São Francisco, e Joseilton Sampaio, representando a Delegada Isabella Fonseca, Coordenadora da 26ª DESEC.
O evento será transmitido às 17h e conta com a participação dos artistas Nega Dell e Veva Show, Camila Yasmine, Rafael Waladares e Antônio Pablo
O Mandato Coletivo homenageia neste sábado (18), o grande líder da luta antiapartheid e antirracista na África do Sul, Nelson Mandela, que nesta data completaria 102 anos. Através de uma Live no Instagram, que será transmitida a partir das 17h, os artistas Nega Dell e Veva Show, Camila Yasmine, Rafael Waladares, Antônio Pablo e o vereador Gilmar Santos (PT) farão apresentações em celebração a esse dia tão especial.
A atividade faz parte da agenda do Mandato — que tem como uma das principais bandeiras o combate a toda e qualquer discriminação por cor de pele, orientação sexual ou religiosa — no Julho das Pretas: Mulheres e Meninas pretas Importam.
“Celebrar a memória de Nelson Mandela é celebrar a luta pela vida e, em particular, da população negra, maior vítima de um sistema histórico de opressão. Agora com a pandemia, sabemos o quanto ela mata, mas mata muito mais as estruturas racistas que se mantém na nossa sociedade. É por isso que convidamos esses amigos e amigas artistas para celebrar a memória de Mandela e sua história extraordinária de compromisso com a vida”, explicou Gilmar.
Quem foi Nelson Mandela?
O líder anti-apartheid e membro do Congresso Nacional Africano (ANC), Nelson Mandela, levanta o punho fechado, chegando a um comício em massa, alguns dias após sua libertação, em 25 de fevereiro de 1990, na conservadora cidade africana de Bloemfontein, onde o ANC foi formado. (Foto: TREVOR SAMSON / AFP / Getty Images)
Rolihlahla Mandela, apelidado Madiba, nasceu em 18 de julho de 1918, na aldeia de Mvezo no Transkei, África do Sul. Cursou Direito na Universidade Fort Hare, onde se engajou no movimento estudantil e conheceu o Congresso Nacional Africano (CNA), partido fundado em 1912 que tinha como objetivo unir os grupos étnicos sul africanos na luta contra a hegemonia branca. Foi aí o futuro líder começou a perceber a estrutura racista da sociedade sul-africana, na época, e passou a atuar na luta contra o racismo. Mandela não sabia, mas logo se transformaria em um dos líderes mais emblemáticos e inspiradores na luta global pela dignidade e igualdade.
Em 1944, se tornou um dos criadores da Liga Juvenil do CNA e em 1949, passou a ser conselheiro-executivo do partido. Nesse momento, o Partido Nacional, junto às elites brancas que controlavam o país, trabalhava na instauração do apartheid (“separação” em africâner), que foi um sistema de segregação racial instituído em 1948 na África do Sul, que sustentava o mito de que os brancos eram superiores aos negros e que por essa razão deveriam ser separados, ou seja, o apartheid representou a transformação do racismo em lei, que retirava direitos do povo preto, maioria no país, e privilegiava os brancos. Pessoas negras eram impedidas de ter posse de terras, de participar das decisões políticas do país e até de circular livremente pelo território e por isso, precisavam andar com cadernetas – por determinação da Lei dos nativos, conhecida como Lei do passe, – que deveria ser apresentado à polícia sempre que solicitado.
Durante o aparthaid, em 1952, Mandela, junto seu amigo e figura política importante na luta antirracista, Oliver Tambo, abriu o primeiro escritório de advocacia negro da África do Sul, Mandela & Tambo, voltado à defesa de pessoas negras. Neste mesmo ano, foi preso e proibido de participar das atividades políticas por ter sido uma das pessoas à frente da organização do Dia do Protesto, manifestação feita em 26 de junho daquele ano, na qual negros ocuparam espaços destinados a pessoas brancas.
Após o Massacre de Sharpeville, de 21 de março de 1960, em Joanesburgo- onde a polícia abriu fogo sobre uma multidão de mais ou menos 20.000 pessoas que protestavam contra a Lei do Passe (69 pessoas foram mortas e 186 ficaram feridas), Mandela tornou-se líder da Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação )- braço armado do CNA – pois, entendia que não seria mais possível combater o apartheid por meios pacíficos e em virtude das ações da organização, Mandela foi preso, acusado de crime de sabotagem e conspiração, sendo condenado à prisão perpétua em 1964 e enviado para a prisão da Ilha de Robben, destinada a presos políticos, na Cidade do Cabo, onde permaneceu por 18 anos. Em 1982, foi transferido para a prisão de Pollsmor e em 1988, após ter passado meses internado por causa de tuberculose, ele foi encarcerado no presídio de segurança mínima, Victor Verster.
Mandela passou 27 anos preso, mas ainda assim mantinha a liderança do seu povo na luta contra as estruturas racistas. Em 11 de fevereiro de 1990, aos 72 anos, Nelson Mandela foi libertado, pós negociações com o então presidente, Frederik de Klerk. Nesse período, o CNA deixou a clandestinidade e, as leis que impunham a segregação racial, foram abolidas.
Em 1991, Mandela se tornou presidente do CNA e em 1993 recebeu o prêmio Nobel da paz. Um ano depois, em 1994, veio a se tornar o primeiro presidente negro do país. O grande líder na luta pela igualdade racial, é a única pessoa cujo aniversário é celebrado pelas Nações Unidas e pelo mundo inteiro em reconhecimento à sua contribuição na luta contra o racismo.
Mandela faleceu no dia 5 de dezembro de 2013, mas as suas causas ideias repercutem na história e no coração de todos os seus seguidores, que travam todos os dias a luta contra as opressões e contra o sistema racista que até hoje persegue e mata muitos dos nossos
Mandela foi e é um herói. Viva Mandela!!!
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