CÉU das Águas recebe temporada do espetáculo Processo Medusa durante todo o mês de março

No mês em que se intensificam as discussões em torno da luta da mulher, a Cia Biruta de Teatro apresenta mais uma temporada do espetáculo que traz no mito da Medusa uma metáfora do enfrentamento à cultura do estupro.

Foto: Divulgação

De 6 a 29 de março, o Cineteatro da Praça CEU das Águas, em Petrolina, vai receber mais uma temporada do espetáculo “Processo Medusa”. Apresentado pela Cia Biruta de Teatro, o espetáculo é um experimento cênico utiliza a revisão do mito da Medusa para abordar o enfrentamento à cultura do estupro e a luta feminista, através de discussões sobre corpo, mulher e democracia. As sessões acontecem sempre às sextas-feiras, 16h, e sábados e domingos, 19h. A entrada é gratuita.

O espetáculo de 2016 é fruto de uma construção coletiva do Núcleo Biruta de Teatro, um grupo de experimentação cênica, criado e orientado pela Cia Biruta. Chamado de processo, o trabalho tem caráter de pesquisa, pois foi desenvolvido ao mesmo tempo em que agregava elementos das vivências, estudos e discussões dos jovens atores do Núcleo.

Foto: Divulgação

“A dramaturgia faz uma visita ao mito de Medusa e Atena, trazendo essas duas representações antagônicas de mulher para a atualidade. Assim, a partir das contribuições do grupo, buscamos trazer à tona uma reflexão sobre a simbologia da  mulher que transformava quem a olhava em pedra, traçando uma relação com a cultura do estupro e a luta das mulheres em contraponto a essa violência”, conta Cristiane Crispim, que é co-fundadora da Cia Biruta e uma das atrizes do espetáculo.

Na nova temporada, o espetáculo conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, aprovado no Edital Geral 2017/2018 do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – FUNCULTURA, e com apoio da Prefeitura Municipal de Petrolina e da Organização Não-Governamental Acarí. Outra novidade é a acessibilidade que permitirá que o público surdo possa assistir as apresentações com o auxílio de um interprete de Libras.

Foto: Divulgação

De acordo com Camila Rodrigues, atriz e coordenadora do projeto, a iniciativa visa não apenas possibilitar o acesso a uma programação cultural, mas contribuir com o aprofundamento das discussões acerca das lutas das mulheres. “Acreditamos que o projeto contribui para enriquecer o debate acerca do corpo-mulher-democracia e possibilitar uma aproximação das mulheres que sofrem algum tipo de agressão, fortalecendo suas vozes e denunciando essa grave, e normatizada, violação de direitos humanos”.

Serviço

Quando: 06 a 29 de março

Horários: Sextas – 16h | Sábado e domingo – 19h

Local: Cineteatro da Praça CEU das Águas | Rua do Tamarindo, s/n, bairro Rio Corrente (próximo à igreja católica)

Entrada: Gratuita

Faixa etária: 12 anos

Acessibilidade: Intérprete de Libras

Realização: Cia Biruta de Teatro

Apoio: Prefeitura de Petrolina e Ong Acari

Incentivo: Funcultura – Fundarpe

Foto: Divulgação

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Via Ponto Crítico
Por Eneida Trindade

A Cia Biruta de teatro emite nota pública sobre o ocorrido no último domingo, 24, na Mostra de Arte Novembro Negro

A nota também foi assinada pela Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR e suas representações de todo território nacional. O grupo e todas as pessoas agredidas receberam ainda a solidariedade e o importante posicionamento de diversas instituições e grupos artísticos locais que repudiaram a truculência da polícia militar em um evento cultural da periferia da cidade de Petrolina que comemorava o mês da Consciência Negra.

A nota, que relata todo o acontecido e demonstra a indignação diante da ação arbitrária e violenta de alguns policiais militares integrantes do 2º Biesp – Petrolina (PE), foi publicada no último dia 25 nas redes sociais do grupo e em seguida teve adesão da Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR, que no dia 27 endossou a carta de repúdio da Cia Biruta, assinando-a em conjunto com o grupo.

Nos últimos dias após o ocorrido, a Cia Biruta, o vereador Gilmar Santos, a comunicadora e educadora  Karol Souza, o poeta e educador Fabrício Nascimento, o músico e educador Maércio José e demais envolvidos, vítimas da abordagem truculenta, receberam manifestações e notas de solidariedade de diversas instituições e pessoas, tais como:

A Universidade Federal do Vale do São Francisco;

A Ong Acari – Articulação para Cidadania;

Rede de Mulheres Negras do Sertão;

Grito dos Excluídos;

O Teatro Popular de Arte;

A Trup Errante;

O Coletivo Abdias de Teatro;

Trupe do Benas;

Grupo Artimanha;

Nu7 Produções;

A Câmara Municipal de Petrolina;

A vereadora Maria Elena;

A vereadora Cristina Costa;

Psol – Partido Socialismo e Liberdade – Petrolina;

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores;

O Colegiado de Artes Visuais da Univasf;

O Colegiado de Ciências Sociais da Univasf;

Grupo de estudos Kabecilê;

Conselho Municipal de Cultura de Juazeiro-BA;

O COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Juzeiro-BA;

LIAAC – Univasf;

Liga Acadêmica de Análise do Comportamento;

Coletivo de Assessoria Jurídica Popular Luiz Gama UNEB -Juazeiro-BA;

Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Gestão Marielle Franco;

Diretório Central dos Estudantes da Univasf;

Sindicato de professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (SindUnivasf);

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal do Sertão Pernambucano;

Entre outras demonstrações de apoio às vítimas das agressões, ao evento e à luta antirracista, bem como às ações contra a violência institucional e à favor da cultura de paz nas nossas periferias.


Foto Reprodução (Jovens sendo agredidos e vereador Gilmar Santos algemado)

Leia a nota da Cia Biruta na íntegra:

A Cia Biruta repudia a ação truculenta e arbitrária da Policia Militar/ 2ªBiesp que agiu com abuso de poder e violência em sua forma de abordagem, no intuito de negar o direito à comunicação e à cobertura dos acontecimentos de um evento aberto ao  público, sem o menor zelo pela segurança de crianças, pelos direitos e pela dignidade das pessoas que estavam presentes ontem, 24, na praça CEU das Águas em uma ação cultural e de economia solidária promovida pelo grupo, pelo contrário, promovendo a violência e o desrespeito. O caso ocorreu na festa de celebração do Novembro Negro pela Mostra de Arte, promovida pelo grupo desde o dia 11 desse mês e que se encerra no dia 30, no Quilombo Mata de São José, em Orocó. A partir da temporada do espetáculo “Corpo Fechado”, resultado das oficinas de teatro realizadas há 3 anos pela Ocupação Artística da Cia Biruta no equipamento cultural CEU das Águas pensamos em agregar ações extra palco como contações de histórias nas calçadas, oficinas em escolas, rodas de conversas e feira cultura, assim fizemos, encerrando a ação no bairro como um Baile Black e a feira Quilombo Urbano.

A ação arbitrária da polícia foi mais um caso lamentável de abuso de autoridade e racismo estrutural por parte de funcionários do Estado que dizem ser responsáveis pela segurança pública, mas que mobilizaram um grande número de viaturas e policiais no local para intimidar uma mulher por porte de celular, dando um fim triste a uma noite que seria de celebração do povo negro daquela comunidade.

A primeira abordagem, a uma pessoa suspeita de portar arma de fogo, foi realizada e nada foi encontrado, quando mesmo depois de contido o suspeito e um dos policiais conversarem com ele tranquilamente, um outro policial circula no espaço com a moto em alta velocidade entre as pessoas no local e intimida a companheira Karol Souza, da Associação das Mulheres Rendeiras, que veio para cobrir e prestigiar o evento, por filmar a ação. Ele avançou para tomar seu celular e levá-la coercitivamente como única testemunha da ação policial, questionados sobre o direito em fazer tal abordagem, os policiais reagem de forma violenta contra Maércio José, músico e produtor cultural, e Fabrício Nascimento, poeta e produtor cultural, que a protegiam e contra ela mesma e outras pessoas que estavam no local, dentre elas o vereador Gilmar Santos, que também argumentava em defesa de Karol.  Foram empurrões, mata-leões, murros, chutes e spray de pimenta deferidos contra  a população de forma arbitrária, incluindo, além da companheira e dos companheiros detidos,  integrantes da Cia Biruta e  jovens do Núcleo Biruta de Teatro.

Mais uma vez o racismo estrutural inviabiliza, negligencia e violenta a liberdade da negritude. O ocorrido nos entristece e nos revolta, mas não nos surpreende, nesse mesmo mês uma mulher negra levou um soco por portar um livro de conteúdo político na sua bolsa na última semana, aqui na mesma cidade, também pela polícia militar.

Nos solidarizamos com a companheira Karol e com os companheiros Maércio, Fabrício e Gilmar Santos e todos que foram de alguma forma agredidos. Sabemos que a luta é diária, que o racismo e sua violência estão encrustados nas instituições, sobretudo nas de repressão, e que muita coisa temos que mudar no modo como as pessoas veem e abordam a periferia, mas estamos na luta para reerguer o nosso povo e somos muitos.

Cia Biruta de Teatro-Petrolina/PE

Também assinam a carta:

✓ Teatro em Trâmite – Florianópolis/SC

✓ Casa Vermelha / Florianópolis/SC

✓ Teatro de Rocokóz – São Paulo/SP

✓ Cia Pedras – Maringá/PR

✓ Grupo Vivarte – Rio Branco/AC

✓ De Pernas Pro Ar – Canoas/RS

✓ Cirquinho do Revirado – Criciúma/SC

✓ Grupo TIA – Canoas/RS

✓ Cia. Fundo Mundo / Florianópolis/SC

✓ Cia. Estável de Teatro – São Paulo/SP

✓ Cia Delas / Londrina/PR

✓ Circo e Teatro Éramos Três / Cascavel/PR

✓ Escarcéu de Teatro – Mossoró/RN

✓ Grupo Xingó – São Paulo/SP

✓ Teatro de Caretas / Fortaleza/CE

✓ Mamulengo Sem Fronteiras – Brasília/DF

✓ Cia. Canina – Teatro de Rua e Sem Dono – São Paulo/SP

✓ Mãe da Rua – São Caetano/SP

✓ Bando Goliardxs – São Paulo/SP

✓ Os Atrapalhados – Osasco/SP

✓ Teatro Imaginário Maracangalha / Campo Grande/MS

✓ Grupo Teatral Nativos Terra Rasgada – Sorocaba/SP

✓ Cia. Colcha de Retalhos – São Paulo/SP

✓ Tropa Mamulungu / Rio Branco/AC

✓ Cia. MiraMundo Produções Culturais / São Luís/MA

✓ Cia Teatro de Garagem – Londrina/PR

✓ Na Cia da Cabra Orelana – São Paulo/SP

✓ Poeta Capim Santo / TERUÁ – Fortaleza/CE

✓ Buraco d’Oráculo / São Paulo-SP

✓ Bornal de Bugigangas – Assis/SP

✓ Circo Teatro Capixaba – Divino de São Lourenço/ES

✓ Grupo de Teatro de Rua Loucos – Recife/PE

✓ Oprimidos da Maciel – Recife-PE

✓ Teatro Ruante – Porto Velho/RO

✓ Som Na Linha / Presidente Prudente/SP

✓ ERRO Grupo –  Florianópolis/SC

✓ Pombas Urbanas – São Paulo/SP

✓ Coletivo Menelão de Teatro – ABC/SP

✓ Fátima Sobrinho – Belém/PA

✓ Trupe Olho da Rua – Santos/SP

✓ Trupe Tamboril de Teatro – Uberaba/MG

✓ Coletivo Dolores Boca Aberta – São Paulo/SP

✓ Grupo Primeiro de Maio Salvador/BA

✓ Núcleo Ás de Paus – Londrina/PR

✓ Mala nas Costas – São Miguel do Gostoso/RN

✓ Circo Teatro Capixaba

✓ CHAP – Companhia Horizontal de Arte Pública/RJ                                                             

✓ Povo da Rua-teatrodegrupo- Porto Alegre/RS

✓ GRUTTA – Tangara da Serra/MT

✓ Grupo TAMTAN – Tanquinho/BA

✓ Kiwi Cia de Teatro – São Paulo/SP

✓ Coletivo Comum – São Paulo/SP

✓ Cabaré Feminista – São Paulo/SP

✓ Núcleo Pavanelli de Teatro de Rua e Circo- Tatuí/SP

✓ Brava Companhia – São Paulo/SP

✓ Cia Casa da Tia Siré – São Paulo/SP

✓ Estudo de Cena – São Paulo/SP

✓ Dirigível Coletivo – Belém/PA

✓ Grupo de Teatro Quem Tem Boca é Pra Gritar – João Pessoa, Paraíba/SP

✓ O Imaginário – Porto Velho/RO

✓ Galpão da Lua – Presidente Prudente/SP

✓ Federação de Teatro do Acre

✓ Cia. Visse e Versa – Rio Branco/AC

✓ Cia. Translúcidas – Londrina/ PR

✓ Trupe Circuluz- Olinda/PE

✓ Cia de Teatro Soluar – João Pessoa/PB

✓ Coletivo CLanDesTino – Dourados/MS

✓ Grupo Ueba Produtos Notáveis – Caxias do Sul/RS

✓ Nóis de Teatro / Fortaleza/CE

✓ Fábrica de Teatro do Oprimido de Londrina

✓ Trupe Tamboril – Uberaba-MG

✓ Movimento Artistas de Rua de Londrina

✓ Zecas Coletivo de Teatro – Belém – PA

✓ Esquadrão da Vida – DF

✓ Movimento de Teatro de Rua da Bahia MTR-Ba

✓ Grupo de Arte Popular A Pombagem

✓ Coletivo Arte Marginal Salvador

✓ Coletiva Mulheres Aguerridas

✓ Núcleo sem Drama Na Cia da Cabra Orelana –  São Paulo/ SP

✓ Grupo Olho Rasteiro – Curitiba/PR

✓ Grupo Rosa dos Ventos – Presidente Prudente SP

✓ Ivanildo Piccoli (prof UFAL)

✓ GESTO- BA

✓ Amora – Santo André/ SP assina.

✓ Árvore Casa das Artes/ES.

✓ OIgalê Cooperativa de Artistas Teatrais – Porto Alegre/RS

✓ Grupo Manjericão. Poa – RS.

✓ Associaçao cultural Rualuart Brasil/ Gov Dix Sept Rosado/ RN

✓ Grupo GRUTTA – Tangará da Serra/MT

✓ Grupo de Pesquisa e Extensão em Artes Cênicas do Semiárido Brasileiro – GruPANO – BA

✓ Trup Errante – PE

Foto: Reprodução (jovens abraçados protegendo a comunicadora)
Foto: Reprodução

Fonte: Ponto Crítico

Câmara Municipal de Petrolina presta solidariedade ao vereador Gilmar Santos (PT)

A moção é decorrente da agressão policial sofrida pelo parlamentar e outras três pessoas durante o encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, organizado pela Biruta, no último domingo (24)

A iniciativa partiu da vereadora Cristina Costa (PT) através do requerimento nº388/2019, que solicitava uma Moção de Solidariedade ao vereador, colega de partido e líder na Casa Legislativa Plinio Amorim, Gilmar Santos e à CIA Biruta de Teatro, que foram alvos de agressão por parte de policiais da 2ª Biesp Petrolina, no último domingo (24), durante o encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, organizada pela Biruta.

O fato se deu quando a polícia chegou no evento fazendo abordagem violenta contra um jovem negro, acusado pela polícia de estar portando uma arma, o que não era verdade. A comunicadora popular Karoline Souza registrou a abordagem em vídeo e foi coagida e agredida pela polícia para entregar o aparelho onde as imagens foram gravadas. Ao tentar evitar a prisão da jovem, a evolvendo em um abraço coletivo, Gilmar Santos, o músico Maércio José e o poeta Fabrício Nascimento também foram agredidos e detidos. Em seguida, foram encaminhados para a 26ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, no bairro Ouro Preto, e só foram liberados às 5h, após prestarem depoimento. No decorrer da ação, outras pessoas foram agredidas pela polícia que também aspergiu spray de pimenta e usou soqueiras, ignorando a presença de crianças no local.

Durante a apresentação do requerimento, nesta terça (26), Cristina pontuou que as críticas que tecia à Biesp não são direcionadas à corporação, mas sim aos policiais mal preparados envolvidos nas agressões: “Não posso generalizar, mas sabemos que alguns que fazem parte da Biesp se deixam levar pelo uso da farda (…)  Nessa atual conjuntura onde setores reacionários pregam a violência e o ódio, nós queremos viver sem violência, queremos também que nossos filhos vivam em paz e com segurança. A violência policial inevitavelmente gera mais graves violências, mais graves violações aos direitos humanos e à cidadania que são elementos inerentes ao regime democrático, por isso ressaltamos nossa perplexidade e repudiamos veemente essa desnecessária, gratuita e repugnante ação”.

Compreendendo que a ação policial se deu de maneira inadequada, truculenta e desrespeitosa, inclusive com a própria corporação, levando em consideração que esse tipo de prática não deve fazer parte do comportamento da maioria dos policiais e de que há profissionais sérios e comprometidos com os direitos humanos nos órgãos de segurança pública, os demais parlamentares se colocaram a favor da moção apresentada e prestaram solidariedade a Gilmar, reforçando a necessidade de investigação e punição dos policiais envolvidos.

Em uso da Tribuna Livre, durante a sessão, Gilmar explicou os fatos, repreendeu alguns veículos de comunicação que tem reproduzido notícias falsas antes mesmo de uma investigação, agradeceu aos companheiros e companheiras da Casa pelo apoio- lembrando que outras pessoas também foram vítimas de agressão durante a ação, e reforçou que estará recorrendo para que a justiça seja feita, reafirmando seu compromisso e luta contra toda e qualquer forma de violência.

Além da moção apresentada por Costa, a Bancada de Oposição da Casa também lançou uma Nota Pública, no dia 25, em solidariedade ao vereador.

Clique para ler a nota.

*** A moção foi aprovada por 14 votos dos 15 parlamentares presentes na Casa. O único voto contrário foi de Elias Jardim.

Premiada em Recife, Cia Biruta recebe moção de aplausos do Mandato Coletivo

A companhia foi premiada pela peça Chico e Flor contra os monstros da ilha do fogo, no 1º Prêmio Roberto de França Pernalonga de Teatro

Na manhã desta quinta-feira (29), o vereador professor Gilmar Santos (PT) apresentou o requerimento Nº 263/2019 que solicita “MOÇÃO DE APLAUSOS” à Companhia Biruta de Teatro, pela premiação recebida no 1º Prêmio Roberto de França Pernalonga de Teatro, em Recife, com a peça Chico e Flor contra os monstros da ilha do fogo.

Premiada na categoria “Espetáculo para a Infância e Juventude”, a peça narra a história do barqueiro Chico que viaja pelo rio São Francisco à procura da sua família, e da corajosa Flor, sua companheira de aventuras. A peça apresenta a poética de vivência com o Rio e o seu entorno a partir das lendas ribeirinhas e de uma narrativa de aventura e superação que tem como pano de fundo a relação que o ser humano estabelece com a cultura e a natureza, fundamentada na criação de elementos fantásticos e mágicos como modos de explicação, elaboração e transformação de mundo.

No palco, a história ganha vida com as atuações de Juliene Moura e Antônio Veronaldo (que também assina o texto e a direção do espetáculo), e a criação cenográfica com Uriel Bezerra. A Iluminação tem concepção de Carlos Thiago e execução de Deborah Harummy, trilha sonora e sonoplastia de Moesio Belfort e Carlos Hyuri. A equipe técnica conta ainda com Camila Rodrigues, Letícia Rodrigues e Cristiane Crispim.

Desde a sua estreia, em maio de 2015, o espetáculo vem participando de festivais relevantes para a cena artística voltada para as crianças. Entre os principais eventos e premiações estão o 11º Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana – Fenatifs (Bahia, 2018); a III Mostra Internacional de Teatro da Paraíba (Sousa, 2017); o 23º Festival Janeiro de Grandes Espetáculos (Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco, Recife – PE, 2017), no qual foi indicado a 7 prêmios e ganhou  3 (melhor trilha sonora, melhor iluminação e melhor atriz); o II Festival de Teatro Wellington Monteclaro (Juazeiro – BA, 2017), onde foi premiado na categoria de melhor atriz e escolhido o segundo melhor espetáculo.

“Compartilhamos da alegria por esse reconhecimento que os companheiros e companheiras da Cia Biruta conquistaram através dessa premiação. O espetáculo Chico e Flor é uma verdadeira aula sobre a importância de defendermos o Rio São Francisco e o nosso Ambiente de maneira geral. Não são apenas atores, produtores culturais, mas  pesquisadores que transformam informações sobre os desafios da nossa realidade social em arte. É necessário que o poder público municipal se faça mais presente com políticas públicas que efetivamente valorizem e democratizem produções dessa natureza. O Mandato Coletivo assume essa luta junto aos nossos artistas. Esperamos que a gestão municipal assuma da mesma forma. Parabéns à Cia Biruta e que venham novas conquistas”, disse Gilmar.

*O requerimento foi aprovado por 16 votos, com abstenção do vereador Gilberto Melo (PR).

6ª Edição do Coletivo na Rua vai ao João de Deus

Foto: Tassio Tavares

O anfiteatro da Praça da Juventude localizada no bairro João de Deus foi completamente ocupado na noite desta Quinta-feira (23/11) com a realização da 6ª edição do Coletivo na Rua, atividade desenvolvida pelo Mandato Coletivo do Vereador Gilmar Santos.

Com o tema “Extermínio da juventude negra: reaja ou será morto”, a atividade reuniu artistas, professores e lideranças comunitárias para discutir os problemas da violência e da segurança pública que têm vitimado dezenas de milhares de vidas de jovens negros em todo o país.

Foto: Tassio Tavares

Marcado por intervenções artísticas da banca Fogo no Munturo e do Núcleo Biruta de Teatro, ambos os grupos que atuam na periferia da cidade, nos bairros José e Maria e Rio Corrente, o coletivo trouxe para os presentes reflexões sobre a violência policial contra a população negra; a necessidade de se combater e enfrentar o racismo em todas as suas manifestações; e o histórico das lutas do povo negro na busca pela liberdade e pela garantia de direitos.

Além da música e do teatro, o coletivo buscou também problematizar a questão racial por meio de algumas falas. Contribuíram neste processo o Professor e Músico Maércio José, a integrante da Associação de Moradores do João de Deus, Ivanilde, o Educador Emanoel Lucas e o ativista Cícero do Carmo.

Foto: Tassio Tavares

Estas contribuições pontuaram diferentes aspectos do enfrentamento ao racismo, como o processo de empoderamento dos jovens negros e as lutas identitárias; as consequências do racismo para saúde da população negra, principalmente no que diz respeito a saúde mental; e críticas acerca das ações do poder público, inclusive municipal, que pela omissão e ausência contribui para a manutenção da situação de desigualdade e violência estabelecida.

O Vereador Gilmar Santos apresentou diversos dados sobre a violência contra a população negra, principalmente contra a juventude. Ele informou que segundo os dados do Atlas da Violência 2017, a cada 100 pessoas assassinas do Brasil, 71 delas são negras. Os dados reforçam as estatísticas desastrosas da política de segurança pública do país, que tem um caráter racista e discriminatório.

Foto: Tassio Tavares

Gilmar também aproveitou a oportunidade para comunicar à comunidade que apresentou recente Projeto de Lei para dar a quadra poliesportiva localizada naquela Praça, o nome do Jovem José Alex. Este foi morador do bairro João de Deus, violentamente assassinado aos 19 anos de idade após uma sessão de tortura no ano de 2010, por agentes da própria polícia civil. José Alex foi injustamente acusado de um crime que jamais cometeu como ficou provado após as investigações e a sentença judicial.

Colocar o nome de Alex, portanto, no equipamento público da comunidade é um ato simbólico para que ninguém esqueça o que lhe aconteceu. Afinal, seu caso é apenas mais um exemplo da violência cotidiana que atinge diariamente os jovens pobres e negros das periferias de todo o país. Importante afirmar que Alex não foi à única vítima naquela noite. Outro jovem, Diego, que estava com ele saindo do jogo de futebol e que também foi “confundido” com os assaltantes, foi barbaramente torturado, ameaçado e perseguido. Mas contrariando as estatistas, sobreviveu e enquanto sobrevivente carrega as marcas da violência e do racismo ainda imperante em nossa sociedade.

Foto: Tassio Tavares

Esta edição do Coletivo na Rua, que encerrou suas andanças pela cidade no ano de 2017, foi sem dúvida uma de suas maiores edições. E criou em todas e todos que fazem o mandato coletivo o desejo e a expectativa de colocar ainda mais o pé na estrada no próximo ano, tratando de temas que são cada vez mais imprescindíveis para a vida e a sobrevivência do povo trabalhador brasileiro.

Carregando cada vez mais alta a bandeira da participação e da coletividade, seguimos em marcha sempre congregando todas e todos que queiram fortalecer esta corrente.