A Cia Biruta de teatro emite nota pública sobre o ocorrido no último domingo, 24, na Mostra de Arte Novembro Negro

A nota também foi assinada pela Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR e suas representações de todo território nacional. O grupo e todas as pessoas agredidas receberam ainda a solidariedade e o importante posicionamento de diversas instituições e grupos artísticos locais que repudiaram a truculência da polícia militar em um evento cultural da periferia da cidade de Petrolina que comemorava o mês da Consciência Negra.

A nota, que relata todo o acontecido e demonstra a indignação diante da ação arbitrária e violenta de alguns policiais militares integrantes do 2º Biesp – Petrolina (PE), foi publicada no último dia 25 nas redes sociais do grupo e em seguida teve adesão da Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR, que no dia 27 endossou a carta de repúdio da Cia Biruta, assinando-a em conjunto com o grupo.

Nos últimos dias após o ocorrido, a Cia Biruta, o vereador Gilmar Santos, a comunicadora e educadora  Karol Souza, o poeta e educador Fabrício Nascimento, o músico e educador Maércio José e demais envolvidos, vítimas da abordagem truculenta, receberam manifestações e notas de solidariedade de diversas instituições e pessoas, tais como:

A Universidade Federal do Vale do São Francisco;

A Ong Acari – Articulação para Cidadania;

Rede de Mulheres Negras do Sertão;

Grito dos Excluídos;

O Teatro Popular de Arte;

A Trup Errante;

O Coletivo Abdias de Teatro;

Trupe do Benas;

Grupo Artimanha;

Nu7 Produções;

A Câmara Municipal de Petrolina;

A vereadora Maria Elena;

A vereadora Cristina Costa;

Psol – Partido Socialismo e Liberdade – Petrolina;

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores;

O Colegiado de Artes Visuais da Univasf;

O Colegiado de Ciências Sociais da Univasf;

Grupo de estudos Kabecilê;

Conselho Municipal de Cultura de Juazeiro-BA;

O COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Juzeiro-BA;

LIAAC – Univasf;

Liga Acadêmica de Análise do Comportamento;

Coletivo de Assessoria Jurídica Popular Luiz Gama UNEB -Juazeiro-BA;

Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Gestão Marielle Franco;

Diretório Central dos Estudantes da Univasf;

Sindicato de professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (SindUnivasf);

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal do Sertão Pernambucano;

Entre outras demonstrações de apoio às vítimas das agressões, ao evento e à luta antirracista, bem como às ações contra a violência institucional e à favor da cultura de paz nas nossas periferias.


Foto Reprodução (Jovens sendo agredidos e vereador Gilmar Santos algemado)

Leia a nota da Cia Biruta na íntegra:

A Cia Biruta repudia a ação truculenta e arbitrária da Policia Militar/ 2ªBiesp que agiu com abuso de poder e violência em sua forma de abordagem, no intuito de negar o direito à comunicação e à cobertura dos acontecimentos de um evento aberto ao  público, sem o menor zelo pela segurança de crianças, pelos direitos e pela dignidade das pessoas que estavam presentes ontem, 24, na praça CEU das Águas em uma ação cultural e de economia solidária promovida pelo grupo, pelo contrário, promovendo a violência e o desrespeito. O caso ocorreu na festa de celebração do Novembro Negro pela Mostra de Arte, promovida pelo grupo desde o dia 11 desse mês e que se encerra no dia 30, no Quilombo Mata de São José, em Orocó. A partir da temporada do espetáculo “Corpo Fechado”, resultado das oficinas de teatro realizadas há 3 anos pela Ocupação Artística da Cia Biruta no equipamento cultural CEU das Águas pensamos em agregar ações extra palco como contações de histórias nas calçadas, oficinas em escolas, rodas de conversas e feira cultura, assim fizemos, encerrando a ação no bairro como um Baile Black e a feira Quilombo Urbano.

A ação arbitrária da polícia foi mais um caso lamentável de abuso de autoridade e racismo estrutural por parte de funcionários do Estado que dizem ser responsáveis pela segurança pública, mas que mobilizaram um grande número de viaturas e policiais no local para intimidar uma mulher por porte de celular, dando um fim triste a uma noite que seria de celebração do povo negro daquela comunidade.

A primeira abordagem, a uma pessoa suspeita de portar arma de fogo, foi realizada e nada foi encontrado, quando mesmo depois de contido o suspeito e um dos policiais conversarem com ele tranquilamente, um outro policial circula no espaço com a moto em alta velocidade entre as pessoas no local e intimida a companheira Karol Souza, da Associação das Mulheres Rendeiras, que veio para cobrir e prestigiar o evento, por filmar a ação. Ele avançou para tomar seu celular e levá-la coercitivamente como única testemunha da ação policial, questionados sobre o direito em fazer tal abordagem, os policiais reagem de forma violenta contra Maércio José, músico e produtor cultural, e Fabrício Nascimento, poeta e produtor cultural, que a protegiam e contra ela mesma e outras pessoas que estavam no local, dentre elas o vereador Gilmar Santos, que também argumentava em defesa de Karol.  Foram empurrões, mata-leões, murros, chutes e spray de pimenta deferidos contra  a população de forma arbitrária, incluindo, além da companheira e dos companheiros detidos,  integrantes da Cia Biruta e  jovens do Núcleo Biruta de Teatro.

Mais uma vez o racismo estrutural inviabiliza, negligencia e violenta a liberdade da negritude. O ocorrido nos entristece e nos revolta, mas não nos surpreende, nesse mesmo mês uma mulher negra levou um soco por portar um livro de conteúdo político na sua bolsa na última semana, aqui na mesma cidade, também pela polícia militar.

Nos solidarizamos com a companheira Karol e com os companheiros Maércio, Fabrício e Gilmar Santos e todos que foram de alguma forma agredidos. Sabemos que a luta é diária, que o racismo e sua violência estão encrustados nas instituições, sobretudo nas de repressão, e que muita coisa temos que mudar no modo como as pessoas veem e abordam a periferia, mas estamos na luta para reerguer o nosso povo e somos muitos.

Cia Biruta de Teatro-Petrolina/PE

Também assinam a carta:

✓ Teatro em Trâmite – Florianópolis/SC

✓ Casa Vermelha / Florianópolis/SC

✓ Teatro de Rocokóz – São Paulo/SP

✓ Cia Pedras – Maringá/PR

✓ Grupo Vivarte – Rio Branco/AC

✓ De Pernas Pro Ar – Canoas/RS

✓ Cirquinho do Revirado – Criciúma/SC

✓ Grupo TIA – Canoas/RS

✓ Cia. Fundo Mundo / Florianópolis/SC

✓ Cia. Estável de Teatro – São Paulo/SP

✓ Cia Delas / Londrina/PR

✓ Circo e Teatro Éramos Três / Cascavel/PR

✓ Escarcéu de Teatro – Mossoró/RN

✓ Grupo Xingó – São Paulo/SP

✓ Teatro de Caretas / Fortaleza/CE

✓ Mamulengo Sem Fronteiras – Brasília/DF

✓ Cia. Canina – Teatro de Rua e Sem Dono – São Paulo/SP

✓ Mãe da Rua – São Caetano/SP

✓ Bando Goliardxs – São Paulo/SP

✓ Os Atrapalhados – Osasco/SP

✓ Teatro Imaginário Maracangalha / Campo Grande/MS

✓ Grupo Teatral Nativos Terra Rasgada – Sorocaba/SP

✓ Cia. Colcha de Retalhos – São Paulo/SP

✓ Tropa Mamulungu / Rio Branco/AC

✓ Cia. MiraMundo Produções Culturais / São Luís/MA

✓ Cia Teatro de Garagem – Londrina/PR

✓ Na Cia da Cabra Orelana – São Paulo/SP

✓ Poeta Capim Santo / TERUÁ – Fortaleza/CE

✓ Buraco d’Oráculo / São Paulo-SP

✓ Bornal de Bugigangas – Assis/SP

✓ Circo Teatro Capixaba – Divino de São Lourenço/ES

✓ Grupo de Teatro de Rua Loucos – Recife/PE

✓ Oprimidos da Maciel – Recife-PE

✓ Teatro Ruante – Porto Velho/RO

✓ Som Na Linha / Presidente Prudente/SP

✓ ERRO Grupo –  Florianópolis/SC

✓ Pombas Urbanas – São Paulo/SP

✓ Coletivo Menelão de Teatro – ABC/SP

✓ Fátima Sobrinho – Belém/PA

✓ Trupe Olho da Rua – Santos/SP

✓ Trupe Tamboril de Teatro – Uberaba/MG

✓ Coletivo Dolores Boca Aberta – São Paulo/SP

✓ Grupo Primeiro de Maio Salvador/BA

✓ Núcleo Ás de Paus – Londrina/PR

✓ Mala nas Costas – São Miguel do Gostoso/RN

✓ Circo Teatro Capixaba

✓ CHAP – Companhia Horizontal de Arte Pública/RJ                                                             

✓ Povo da Rua-teatrodegrupo- Porto Alegre/RS

✓ GRUTTA – Tangara da Serra/MT

✓ Grupo TAMTAN – Tanquinho/BA

✓ Kiwi Cia de Teatro – São Paulo/SP

✓ Coletivo Comum – São Paulo/SP

✓ Cabaré Feminista – São Paulo/SP

✓ Núcleo Pavanelli de Teatro de Rua e Circo- Tatuí/SP

✓ Brava Companhia – São Paulo/SP

✓ Cia Casa da Tia Siré – São Paulo/SP

✓ Estudo de Cena – São Paulo/SP

✓ Dirigível Coletivo – Belém/PA

✓ Grupo de Teatro Quem Tem Boca é Pra Gritar – João Pessoa, Paraíba/SP

✓ O Imaginário – Porto Velho/RO

✓ Galpão da Lua – Presidente Prudente/SP

✓ Federação de Teatro do Acre

✓ Cia. Visse e Versa – Rio Branco/AC

✓ Cia. Translúcidas – Londrina/ PR

✓ Trupe Circuluz- Olinda/PE

✓ Cia de Teatro Soluar – João Pessoa/PB

✓ Coletivo CLanDesTino – Dourados/MS

✓ Grupo Ueba Produtos Notáveis – Caxias do Sul/RS

✓ Nóis de Teatro / Fortaleza/CE

✓ Fábrica de Teatro do Oprimido de Londrina

✓ Trupe Tamboril – Uberaba-MG

✓ Movimento Artistas de Rua de Londrina

✓ Zecas Coletivo de Teatro – Belém – PA

✓ Esquadrão da Vida – DF

✓ Movimento de Teatro de Rua da Bahia MTR-Ba

✓ Grupo de Arte Popular A Pombagem

✓ Coletivo Arte Marginal Salvador

✓ Coletiva Mulheres Aguerridas

✓ Núcleo sem Drama Na Cia da Cabra Orelana –  São Paulo/ SP

✓ Grupo Olho Rasteiro – Curitiba/PR

✓ Grupo Rosa dos Ventos – Presidente Prudente SP

✓ Ivanildo Piccoli (prof UFAL)

✓ GESTO- BA

✓ Amora – Santo André/ SP assina.

✓ Árvore Casa das Artes/ES.

✓ OIgalê Cooperativa de Artistas Teatrais – Porto Alegre/RS

✓ Grupo Manjericão. Poa – RS.

✓ Associaçao cultural Rualuart Brasil/ Gov Dix Sept Rosado/ RN

✓ Grupo GRUTTA – Tangará da Serra/MT

✓ Grupo de Pesquisa e Extensão em Artes Cênicas do Semiárido Brasileiro – GruPANO – BA

✓ Trup Errante – PE

Foto: Reprodução (jovens abraçados protegendo a comunicadora)
Foto: Reprodução

Fonte: Ponto Crítico

Câmara Municipal de Petrolina presta solidariedade ao vereador Gilmar Santos (PT)

A moção é decorrente da agressão policial sofrida pelo parlamentar e outras três pessoas durante o encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, organizado pela Biruta, no último domingo (24)

A iniciativa partiu da vereadora Cristina Costa (PT) através do requerimento nº388/2019, que solicitava uma Moção de Solidariedade ao vereador, colega de partido e líder na Casa Legislativa Plinio Amorim, Gilmar Santos e à CIA Biruta de Teatro, que foram alvos de agressão por parte de policiais da 2ª Biesp Petrolina, no último domingo (24), durante o encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, organizada pela Biruta.

O fato se deu quando a polícia chegou no evento fazendo abordagem violenta contra um jovem negro, acusado pela polícia de estar portando uma arma, o que não era verdade. A comunicadora popular Karoline Souza registrou a abordagem em vídeo e foi coagida e agredida pela polícia para entregar o aparelho onde as imagens foram gravadas. Ao tentar evitar a prisão da jovem, a evolvendo em um abraço coletivo, Gilmar Santos, o músico Maércio José e o poeta Fabrício Nascimento também foram agredidos e detidos. Em seguida, foram encaminhados para a 26ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, no bairro Ouro Preto, e só foram liberados às 5h, após prestarem depoimento. No decorrer da ação, outras pessoas foram agredidas pela polícia que também aspergiu spray de pimenta e usou soqueiras, ignorando a presença de crianças no local.

Durante a apresentação do requerimento, nesta terça (26), Cristina pontuou que as críticas que tecia à Biesp não são direcionadas à corporação, mas sim aos policiais mal preparados envolvidos nas agressões: “Não posso generalizar, mas sabemos que alguns que fazem parte da Biesp se deixam levar pelo uso da farda (…)  Nessa atual conjuntura onde setores reacionários pregam a violência e o ódio, nós queremos viver sem violência, queremos também que nossos filhos vivam em paz e com segurança. A violência policial inevitavelmente gera mais graves violências, mais graves violações aos direitos humanos e à cidadania que são elementos inerentes ao regime democrático, por isso ressaltamos nossa perplexidade e repudiamos veemente essa desnecessária, gratuita e repugnante ação”.

Compreendendo que a ação policial se deu de maneira inadequada, truculenta e desrespeitosa, inclusive com a própria corporação, levando em consideração que esse tipo de prática não deve fazer parte do comportamento da maioria dos policiais e de que há profissionais sérios e comprometidos com os direitos humanos nos órgãos de segurança pública, os demais parlamentares se colocaram a favor da moção apresentada e prestaram solidariedade a Gilmar, reforçando a necessidade de investigação e punição dos policiais envolvidos.

Em uso da Tribuna Livre, durante a sessão, Gilmar explicou os fatos, repreendeu alguns veículos de comunicação que tem reproduzido notícias falsas antes mesmo de uma investigação, agradeceu aos companheiros e companheiras da Casa pelo apoio- lembrando que outras pessoas também foram vítimas de agressão durante a ação, e reforçou que estará recorrendo para que a justiça seja feita, reafirmando seu compromisso e luta contra toda e qualquer forma de violência.

Além da moção apresentada por Costa, a Bancada de Oposição da Casa também lançou uma Nota Pública, no dia 25, em solidariedade ao vereador.

Clique para ler a nota.

*** A moção foi aprovada por 14 votos dos 15 parlamentares presentes na Casa. O único voto contrário foi de Elias Jardim.

Violência: Policiais Militares agridem jovens negros e vereador Gilmar Santos, do PT, durante festejos da Consciência Negra em Petrolina, PE (Veja Vídeo)

O vereador Gilmar Santos, PT, ao tentar mediar a situação foi algemado e detido junto com os jovens

Após agressão sofrida pela estudante Camila Roque, no dia 09 deste mês, outro caso de violência policial acontece no município de Petrolina. Neste domingo (24), o vereador professor Gilmar Santos (PT), a comunicadora popular da rede de comunicadores Sou Periferia e integrante da associação das Mulheres Rendeiras, Karoline Souza,  o músico Maércio José, da banda Tio Zé Bá e o poeta Fabrício Nascimento, integrante do Projeto Ser Tão Poeta e tesoureiro da Associação Brasileira de Escritores (núcleo Petrolina), foram agredidos e detidos por policiais do 2° BIESP no Céu das Águas, no bairro Rio Corrente, onde acontecia o encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, organizada pela Cia Biruta de Teatro.

O fato se deu por volta das 20h, quando a polícia chegou no evento fazendo abordagem violenta contra um jovem negro, acusado pela polícia de estar portando uma arma, o que não era verdade. Karoline Souza registrou a abordagem em vídeo e foi coagida e agredida pela polícia para entregar o aparelho onde as imagens foram gravadas. Ao tentar evitar a prisão da jovem, Gilmar Santos, Maércio José e Fabrício Nascimento também foram agredidos e detidos. Em seguida, foram encaminhados para a 26ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, no bairro Ouro Preto, e só foram liberados às 5h, após prestarem depoimento. Cerca de 50 pessoas, entre artistas, representantes de movimentos sociais e sindicatos, advogados/as, jornalistas, professores/as e estudantes se dirigiram até a delegacia para prestar solidariedade.

Durante a ação, outras pessoas foram agredidas pela polícia que também aspergiu spray de pimenta e usou soqueiras, ignorando a presença de crianças no local.

O acontecimento reflete o modus operandi de uma segurança pública pautada no racismo e na intolerância, visto que todos os apreendidos são pretos (a) e estavam participando de um evento em alusão ao Novembro Negro, reforçando mais uma vez o que  apontam todos os dados de violência no Brasil: “a violência institucional tem alvo: corpos negros e periféricos”.

Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) 2017, jovens negros são as principais vítimas de homicídios no Brasil, a cada 100 pessoas que são mortas, 71 são negras, sendo que policiais civis e militares, em serviço ou não, mataram 6.220 pessoas em 2018, uma média de 17 por dia, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados este mês.

Além disso, a população negra é também o principal alvo do sistema carcerário. O último levantamento realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em 2016, aponta que a população presa é predominantemente composta por pretos e pardos, que representam 65% do total de 812.564 pessoas.

Vítima de agressão policial, abuso de poder e racismo, o vereador Gilmar Santos tem desde o início do seu Mandato Coletivo atuando em defesa dos direitos humanos, no combate ao racismo e demais opressões, exigindo aplicação de políticas públicas voltadas para o combate ao racismo, às desigualdades e à promoção da cultura nas periferias da cidade.

Enquanto professor, o parlamentar tem ido nas escolas no município para debater política pública e racismo junto aos estudantes. Ademais, só esse mês, o edil aprovou o projeto de Lei Nº 147/2019, que institui o Novembro Negro em Petrolina e o inclui no calendário oficial da Prefeitura, e apresentou o Projeto de Lei nº 152/2019, que institui o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa no âmbito do município.

Em entrevista, Gilmar alegou que estará denunciando o comportamento da polícia e que marcará uma agenda com o governador do Pernambuco, Paulo Câmara e com o Ministério Público para tratar da situação e de todas as outras agressões da polícia no município, visto a recorrência em que situações como essa tem acontecido.

“Não nos calarão!”

Vereador Gilmar Santos e mais três militantes do Movimento Negro são detidos por reagirem a violência policial

O parlamentar foi detido por tentar defender os jovens que foram agredidos

Céu das Águas

O encerramento da Mostra de Artes Novembro Negro, com o tema: Liberdade é não ter medo de brilha, realizado neste domingo, 24, no Céu das Águas, bairro Rio Corrente, foi alvo de uma ação truculenta promovida por policiais do 2° Biesp.

O fato se deu por volta das 20h, quando a polícia chegou no evento, organizado pela Cia Biruta de Teatro, e abordou um rapaz que eles diziam ser suspeito de estar portando uma arma, porém, segundo os organizadores, a Polícia fez uma abordagem violenta e totalmente desrespeitosa.

Karol Souza, da Associação das Mulheres Rendeiras, estava filmando o momento do conflito, mas quando os policiais perceberam que estavam sendo filmados pediram seu celular da jovem, que ao negar entregar foi agredida juntamente com o músico Maércio José e o Poeta Nascimento, que estavam com ela e tentaram a proteger. Além disso, a polícia aspergiu spray de pimenta nas pessoas que estavam próximas, ignorando a presença de crianças no local.

O vereador Gilmar Santos, que estava no evento, também foi detido ao tentar proteger os demais que foram covardemente agredidos. Vários artistas estão na delegacia Ouro Preto prestando apoio aos colegas e reivindicando justiça sobre essa agressão racista.

Nota em solidariedade à estudante Camila Roque, vítima de agressão policial em Petrolina

Em defesa da vida e de uma cultura de paz, sigamos em luta, e em resistência!

É com profunda indignação e repúdio que, em pleno mês da Consciência Negra, o vereador Prof. Gilmar Santos (PT) — Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Petrolina — e o Mandato Coletivo, recebem a notícia da agressão policial sofrida pela companheira Camila Roque, mulher, negra, diretora da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE) e militante da União da Juventude Revolucionária (UJR). O fato ocorreu no último dia 09 desse mês, quando quatro policiais abordaram a jovens e outras duas estudantes no centro da cidade de forma abusiva e com armas em punho.

Identificando material de formação marxista na bolsa das jovens, um dos policiais desdenhou, desqualificou o material e ameaçou apreendê-lo. Camila argumentou sobre a ilegalidade da ação e sobre o direito de liberdade de pensamento e expressão, previsto na Constituição Federal. Após o abuso de autoridade e tentativa de intimidação, as jovens foram liberadas. Porém, Camila foi seguida por um dos policias, que a agrediu com um soco no rosto, a xingou de “terrorista” e a ameaçou dizendo que “Bolsonaro vai acabar com isso tudo”.

Expressamos aqui nossa solidariedade à Camila e às demais jovens diante de tamanha covardia e truculência promovida por agentes do Estado que deveriam garantir segurança à nossa sociedade. Sabemos o quanto essa ação é representativa da estrutura racista, machista, misógina, sexista, desigual e opressora que permeia a nossa história e as nossas instituições, principalmente na atual conjuntura, estimulada por lideranças políticas reacionárias e fascistas, a começar pelo próprio presidente da República.

Reafirmamos nosso compromisso de continuarmos em luta contra toda e qualquer forma de violência, e pela promoção e defesa de políticas públicas que garantam igualdade e oportunidades para as minorias mais oprimidas da nossa sociedade e, de maneira particular, às mulheres negras.

Sabendo que esse tipo de prática não deve fazer parte do comportamento da maioria dos policiais e de que há profissionais sérios e comprometidos com os direitos humanos nos órgãos de segurança pública, exigimos as devidas providências e punições para esses maus policiais.

Em defesa da vida e de uma cultura de paz, sigamos em luta, e em resistência!

Vereador Professor Gilmar Santos- PT
Mandato Coletivo

PM agride diretora da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco

A estudante Camila Roque e mais duas militantes da UJR foram covardemente agredidas por policiais militares em Petrolina (PE). Durante a abordagem, os quatro PMs esconderam suas identificações e sacaram armas contra as estudantes. Até agora, o Batalhão da PM se nega a colaborar na identificação dos policiais.

Foto: UESP

No último dia 9 de novembro, a estudante Camila Roque, diretora da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE) e militante da UJR, foi covardemente agredida por quatro policiais militares em pleno centro da cidade enquanto se dirigia ao campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Camila e mais duas estudantes foram abordadas pelos policiais e revistadas ilegalmente, já que a revista de mulheres deve ser realizada por policial do sexo feminino. Suas mochilas foram abertas, mas apenas livros e agendas foram encontrados. Ao perceberem que um dos livros era de teoria marxista, os PMs disseram que o material seria recolhido. “Nesse momento, falamos que isso era ilegal e que até onde sabíamos ainda vivíamos num país democrático, onde temos o direito de ler o que quisermos”, relatou Camila. “O que nos chamou a atenção desde o começo, foi que todos os policiais estavam cobrindo com as mãos suas identificações e em nenhum momento explicaram os motivos dessa abordagem tão violenta”, explica.

Ao perceberem que a intimidação não estava surtindo efeito, os quatro policiais militares liberaram as militantes, que seguiram caminho até que Camila foi novamente abordada e, desta vez, agredida com um soco no olho, xingada de “terrorista” e avisada de que “Bolsonaro ia acabar com isso tudo”.

Imediatamente após a agressão, uma rede de solidariedade com movimentos sociais, de mulheres negras, parlamentares de esquerda e com a importante participação da diretora da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) se formou na cidade para defender as três companheiras e denunciar a truculência policial, sinal dos tempos de radicalização do fascismo e da impunidade em nosso país. Na delegacia, um boletim de ocorrência foi registrado, mas todas as providências para que os PMs fossem identificados esbarraram na omissão do Batalhão da Polícia Militar de Petrolina, que se recusou a apresentar a escala de ronda do dia.

“É um absurdo que ainda sejamos obrigados a conviver com esse tipo de impunidade em nosso país. Nós, jovens negros e pobres, sofremos diariamente com o racismo e a violência da polícia que, ao que parece, conta com o apoio das autoridades do Estado”, disse Camila.

A UESP e a União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE) já entraram com denúncia da violência na Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE e o Ministério Público também está empenhado em identificar os quatro policiais covardes e responsabilizá-los pelo fato.

O momento político que vivemos no Brasil exige de todos os militantes sociais atenção e cuidados redobrados contra a covardia de grupos fascistas – fardados ou não – que agem cada vez mais livremente. A melhor defesa contra a violência reacionária dos poderosos é crescer o movimento de massas e a luta contra o fascismo, pois somente pondo fim a esta sociedade podre na qual vivemos podemos acabar com a violência.

Fonte: Jornal A Verdade

Escândalo de brutalidade policial completa dois anos

Foto: Facebook

Nesta semana se completam dois anos de um episódio que chocou Juazeiro, Petrolina e região.

O atual presidente da SindUnivasf (Seção Sindical dos Docentes da Univasf), professor doutor Nilton de Almeida, saía de casa para um procedimento odontológico em um sábado, dez horas da manhã, quando foi parado por uma blitz da Polícia Militar a metros de sua casa, no bairro Alto do Cruzeiro, Juazeiro.

Durante a abordagem policial – ironicamente, tema em que o professor orientava um capitão da própria PM-BA no curso de Ciências Sociais da Univasf – o docente foi agredido fisicamente pelo comandante da guarnição militar, e lhe foi dada voz de prisão, sendo o mesmo algemado e conduzido na viatura por desacato e desobediência.

O soldado acusado de agressão no termo de depoimento do condutor chega a acusar o professor Nilton de “olhar irônico”. O professor também teve a moto que conduzia, em nome de sua esposa, apreendida, a pretexto de atraso no licenciamento. Entretanto, e essa é uma das coisas que chama atenção no caso, o docente sequer foi multado. E a moto se encontrava em dias.

Ao chegar à Delegacia, Nilton de Almeida foi rapidamente ouvido e liberado. E na semana seguinte, foram abertos processos quer no Ministério Público, quer junto ao Comando da Polícia Militar em Juazeiro, tanto pelo professor Nilton de Almeida quanto pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, contra o policial agressor, por abuso de autoridade.

O caso teve muita repercussão na região do Vale, na Bahia, Pernambuco, Piauí e mesmo outros estados como o Rio de Janeiro, quando universidades, associações científicas, sindicais e de entidades de movimentos sociais se posicionaram rapidamente contra o que consideraram ser um episódio de racismo institucional, em especial quando Nilton de Almeida também coordenava o Mês das Consciências Negras na Univasf.

Uma audiência pública tendo por tema a abordagem policial em Juazeiro chegou a ser realizada no auditório da Uneb, em 5 de maio deste ano, tratando do caso de abuso de autoridade contra o presidente da SindUnivasf bem como de vários outros casos. Estes depoimentos foram publicados no Youtube e podem ser acessados clicando aqui.

O depoimento do professor Nilton de Almeida, onde o mesmo resumiu a fatídica abordagem de 28 de novembro de 2015, também pode ser acessado no Youtube. Relembre o caso que ainda não tem resposta das autoridades, a despeito das evidências reunidas.

https://pontocritico.org/