Movimentos sociais organizam manifestação em Petrolina contra Bolsonaro, neste sábado 29

O protesto será presencial, mas, segundo os organizadores, há orientações para que os presentes mantenham o distanciamento social, usem máscara PFF2/N95, álcool em gel e demais cuidados para evitar o contágio pela Covid-19

Ato Fora Bolsonaro, Petrolina-PE/Divulgação

Uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Petrolina está prevista para o próximo sábado, 29. Organizada por sindicatos, movimentos sociais, organizações estudantis e lideranças partidárias, o ato “Fora Bolsonaro, Pela vida, pelo Brasil e o povo nas ruas” deve acontecer na praça da Maria Auxiliadora, no centro, às 9h.

Em publicações nas redes sociais, os organizadores realizam a convocação lembrando das mais de 400 mil vidas perdidas “pelo o descaso do Bolsonaro”.

O protesto será presencial, mas, segundo os organizadores, há orientações para que os presentes mantenham o distanciamento social, usem máscara PFF2/N95, álcool em gel e demais cuidados para evitar o contágio pela Covid-19.

De acordo com a coordenação do ato, haverá uma equipe responsável pela aplicação de álcool em gel e, em caso de necessidade, a distribuição de máscaras (confira a convocatória).

“A maioria da população já sabe, o governo Bolsonaro é o maior responsável por essa tragédia, jamais vista na história recente do país. Um verdadeiro genocídio, comparado apenas ao massacre de indígenas e africanos no período colonial.

Estamos diante de uma verdadeira guerra. O vírus é um inimigo invisível e mortal, com o qual precisamos lidar com as medidas sanitárias de prevenção (uso de máscara, álcool em gel, distanciamento físico); com os serviços hospitalares (ventiladores, UTIs, profissionais de saúde, medicamentos) e, principalmente, com a VACINA, medida imprescindível para salvar vidas.


No entanto, o presidente Jair Bolsonaro é o grande aliado do vírus. Seu governo, suas políticas, age, propositalmente, para matar pessoas. A gestão do governo federal na pandemia, além de mortes, tem aumentado o desemprego, a fome, a miséria, o fechamento de empresas, o desmonte do SUS e das mais diversas políticas sociais, numa crise sem precedentes.


Portanto, Bolsonaro é um inimigo que precisamos derrotar urgentemente para controlar a pandemia, para evitar o avanço do genocídio e, consequentemente, a destruição do Brasil.


Sabemos dos riscos de irmos às ruas lutar pelo país em um momento tão delicado. Mas nos parece bastante evidente, o risco maior é deixar que esse governo assassino continue usando recursos públicos para exterminar o nosso povo, especialmente, as populações em situação de maior vulnerabilidade.


Por isso, pela VIDA, pela DEMOCRACIA, integrando a mobilização nacional, as mais diversas organizações sindicais, partidárias, sociais, trabalhadores e trabalhadoras de Petrolina, realizaremos o ato “Fora Bolsonaro”, no próximo dia 29 de Maio, sábado, a partir das 9h, com concentração na Praça Maria Auxiliadora, , cumprindo as devidas orientações sanitárias.

Junte-se a nós! #ForaBolsonaro”

O evento tem apoio do SINTEPE-Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, Sind-Univasf, SINERGIA-BA-Sindicato dos Eletricitários da Bahia, SINTRAF-Sindicato de Agricultura Familiar e STTAR-Sindicato de Trabalhadores Assalariados Rurais de Petrolina, junto ao Movimento de Mulheres Olga Benário, UJR-União da Juventude Socialista, Movimento Luta de Classes, RUA-Juventude Anticapitalista, UP-Unidade Popular, PT-Partido do Trabalhadores, Mandato Coletivo Gilmar Santos-PT, Partido Comunista do Brasil, PSOL-Partido Socialismo e Liberdade, Diretório Central de Estudantes da UNIVASF, UJC-União da Juventude Socialista, UESP-União dos Estudantes Secundaristas de Petrolina, Coletivo Cores e Associação Raízes.

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Coordenação de Agitação e Propaganda
Ato Fora Bolsonaro | Petrolina-PE

Mandato Coletivo se integra à posição de LGBTs do PT de PE diante da postura da Deputada Dulcicleide Amorim

O voto contrário da Dep. Estadual Dulcicleide Amorim (PT) ao Projeto de Lei nº 1239/2020, que adota Sandro Cipriano como patrono da causa da diversidade em Pernambuco, despertou descontentamento entre diversos setores da comunidade LGBT. Em solidariedade a comunidade e em apoio a nota Secretaria Estadual LGBT do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco, o Mandato Coletivo, representado pelo Vereador Prof. Gilmar Santos (PT), emitiu uma nota nesta segunda (22).

“O PT tem um compromisso histórico com as lutas pela promoção e defesa dos direitos humanos, com as populações em situação de maior vulnerabilidade, e de maneira particular com a luta pelos direitos da população LGBT”, cita um trecho da nota. Confira na íntegra:

É com muita tristeza que tomamos conhecimento dessa posição da deputada Dulcicleide Amorim. O PT tem um compromisso histórico com as lutas pela promoção e defesa dos direitos humanos, com as populações em situação de maior vulnerabilidade, e de maneira particular com a luta pelos direitos da população LGBT. Sandro Cipriano é uma referência dessas lutas, e merece todo o nosso reconhecimento e valorização da sua memória. Ele, assim como diversos ativistas dos direitos humanos, têm sido vítimas da violência, em um país que lidera o ranking de assassinatos de LGBTs. É um cenário que exige de qualquer representante comprometido com a vida, atos de solidariedade, de justiça. Daí que é preciso lembrar sempre que todo e qualquer parlamentar do PT deve se orientar por aquilo que pensa o partido, e não por sua vontade ou crenças individuais. Esperamos que a deputada possa rever esse comportamento e se comprometer mais com o projeto de sociedade defendido pelo PT. Aproveitamos para reafirmar a nossa solidariedade com a comunidade LGBT.

Na sexta-feira (19), a A Secretaria Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) do Partido dos Trabalhadores (PT) e a Secretaria Estadual LGBT do PT de Pernambuco, emitiu uma nota de descontentamento ao voto da deputada.

“Nosso partido sempre se posicionou contra todas as formas de discriminação. Em 2017, o PT instituiu a Secretaria LGBT dentro da sua estrutura partidária, evidenciando seu compromisso com o enfretamento da LGBTfobia e sua intransigente defesa pelo respeito a diversidade existente na sociedade.” cita um trecho da nota.

Em Petrolina-PE, a ONG Cores também se pronunciou sobre o voto da parlamentar. “Lamentamos a não compreensão da importancia do nome de Sandro para patrono da causa LGBTQIA+ no estado em que foi brutalmente assassinado em 2019 e virado número nos altos indices que indicam a vulnerabilidade de toda uma população marginalizada pela sua condição sexual, apontados apenas pelo preconceito e disseminação de ódio”, diz um trecho da nota, assinada Alzyr Saadehr, presidente da ONG Cores e do movimento de defesa da cidadania e do orgulho LGBTQIA+ de Petrolina.

Quem foi Sandro Cipriano?

Sandro Cipriano teve uma trajetória de vida marcada pela defesa dos direitos humanos e promoção da cidadania da população LGBT. Foi presidente do Grupo Sete Cores no Município de Pombos-PE e fundador da Rede LGBT do interior de Pernambuco. Sua militância e luta por um mundo menos desigual, mais justo e solidário estava para além da luta por respeito a diversidade sexual e de gênero. Sandro também tinha forte atuação na luta agroecológica e na defesa dos direitos das juventudes, tornando-se um dos membros do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

Lamentavelmente, em 27 de julho de 2019, Sandro foi brutalmente assassinado, evidenciando a condição vulnerável da população LGBT no Brasil que continua a ser vítima de um amplo conjunto de violações de direitos e violências.

Prefeito Miguel Coelho sanciona Lei que proíbe abordagem sobre questões de gênero e diversidade na formação escolar

 

Prefeito Miguel Coelho ao lado do autor da Lei, 2.985/17, Elias Jardim. Foto: Pedro Caldas Filho (Facebook)

Grupos que detêm o poder majoritário na política e na mídia se articulam em uma contraofensiva conservadora que visa atacar os poucos avanços na sociedade contemporânea em relação às pautas de mulheres e LGBT’s, avanços esses conquistados às duras e muitas vezes sangrentas batalhas. Em Petrolina, infelizmente, não tem sido diferente. O projeto de Lei do Vereador Elias Jardim aprovado na Câmara Municipal no dia 8 de dezembro do ano passado, foi sancionado pelo prefeito no dia 19 do mesmo mês. O “Novo Tempo” do prefeito Miguel Coelho segue o fluxo do retrocesso desses tempos sombrios.

Leia na íntegra: lei 2.985.17 Genero nas escolas Elias Jardim

Alinhado com a agenda conservadora que ocupa o poder legislativo dando sustentação ao golpe e à agenda de retrocessos no país como um todo, o prefeito ignorou o pedido de #VetaPrefeitoMiguelCoelho de uma significativa parcela da sociedade atendida pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos, que ele mesmo criou no início de sua gestão e tornou Lei um projeto pautado no uso de um conceito inexistente, o da “ideologia de gênero” e que, na verdade, censura o debate e ensino em sala de aula das escolas municipais em torno das questões de gênero, debate importante para superação de violências históricas contra as mulheres e a população LGBT, gerando um clima de patrulha ideológica ao ofício do professor.

Saiba mais sobre a invenção do conceito de ideologia de gênero

A Lei 2.985/17 foi sancionada e está em vigor desde o dia 19 de dezembro em Petrolina, mesmo depois do STF já ter se posicionado em relação a leis desse tipo em outros municípios, a exemplo de uma semelhante feita em Paranaguá (PR) suspensa pelo ministro Luís Barroso pela sua inconstitucionalidade e comprometimento da educação de crianças em sua proteção integral, uma vez que a impede de ter conhecimento sobre “questões pertinentes à vida íntima e social”. O prefeito Miguel Coelho escolhe o lado do obscurantismo quando concorda com uma Lei que censura professores e educadores a tratar de uma questão, e não uma ideologia, tão importante para o exercício da igualdade de gênero e da tolerância e respeito à diversidade.

Em um país onde uma mulher é violentada a cada 11 minutos, 3 de cada 5 mulheres já sofreram agressões em relacionamentos e onde mais se mata LGBT’s no mundo, um a cada 20 horas, discutir gênero nas escolas é uma necessidade que pode tornar efetivo o compromisso da educação com a vida, com a justiça, com as liberdades individuais e com a cultura de paz. Negar-se a ele, ou pior, proibir esse compromisso por parte do educador que deve ofertar o conhecimento acerca do que está na fundamentação desses problemas é uma outra violência, a violência da invisibilidade que não mata diretamente, mas deixa morrer.

Ascom

Gabinete do vereador Prof. Gilmar Santos