Mulheres de luta e resistência são homenageadas pelo Professor Gilmar em sessão solene pelo Dia Internacional da Mulher

A lavadeira do José e Maria, Dona Sianém, e a ex-chefe de gabinete do Mandato Coletivo, Angela Santana, foram homenageadas nesta terça-feira, 18, na Câmara Municipal de Petrolina

Na manhã de ontem, 18, a Câmara Municipal de Petrolina se encheu de emoção e reverência. Em um ato de carinho e justiça, o vereador Professor Gilmar-PT, que há oito anos luta pelos direitos das mulheres, fez mais do que uma simples homenagem: ele reconheceu e celebrou as trajetórias de duas mulheres negras que, representam a força, a luta e a resistência de tantas outras petrolinenses: Dona Sianém e Angela Santana.

Dona Sianém: empoderamento que nasce na luta diária

Giseulda Maria Pereira de Oliveira, ou Sinhaném, carinhosamente batizada por suas companheiras de trabalho, é a força que nasce da simplicidade. Com 63 anos, Sinhaném chegou a Petrolina ainda criança, acompanhada de sua família, em busca de uma vida melhor. Desde cedo enfrentou  a dura realidade das periferias, tendo uma vida marcada pelo esforço incessante para garantir que seus cinco filhos tivessem o que comer.

Há 35 anos, Sinhaném sustenta sua família lavando roupas na Lavanderia Comunitária do Bairro José e Maria, em uma rotina que nunca foi fácil. O sol que brilha forte sobre a cidade parece refletir a intensidade do seu trabalho, que, apesar de árduo, não deixa de expressar sua gentileza e generosidade. Ela transforma cada peça de roupa em uma metáfora da luta diária que passa pela dignidade de sua família e das mulheres que, como ela, se veem obrigadas a trabalhar em condições precárias.

Hoje, ela lamenta o abandono da lavanderia, um local que foi, por muito tempo, fonte de sustento para muitas famílias e que agora se encontra negligenciado pelo poder público. 

Aguerrida, Sinhaném está sempre cobrando um olhar mais atento para essas mulheres quase invisíveis, que resistem e persistem em um trabalho essencial, mas muitas vezes desvalorizado. Seu nome, homenageado e celebrado na Câmara Municipal, é um símbolo de todas as mulheres que lutam para serem reconhecidas e ter seus direitos respeitados.

Ângela Coelho de Santana: A voz das comunidades

Angela Coêlho de Santana é o retrato de uma comunicação que transcendeu os microfones. Radialista, ativista, e Chefe de Gabinete do Mandato Coletivo do vereador Gilmar Santos desde 2017, Ângela construiu uma carreira pautada pela defesa de direitos e pela transformação das realidades das periferias. Sua inspiradora jornada na rádio começou na Emissora Rural de Petrolina, mas foi em Cícero Dantas, na Bahia, que consolidou seu nome como uma comunicadora “arretada”, através dos programas “Super Manhã” e “A Voz do Povo”, que se tornaram verdadeiros instrumentos de conscientização e mudança para as comunidades.

O compromisso de Ângela ecoou para além dos microfones. Em 2018, ao ingressar na política, trouxe consigo a determinação de lutar pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Seu trabalho no Mandato Coletivo do vereador Gilmar Santos é um exemplo de como a comunicação pode ser aliada à política para fortalecer a democracia e a justiça social.

Hoje, ao receber esta homenagem, Ângela é reconhecida não apenas pelo seu trabalho como comunicadora, mas também pela sua contribuição direta à luta das mulheres, da população negra e de todos e todas que buscam por igualdade de oportunidades.

Mandato Coletivo e o compromisso com a luta das mulheres 

O Professor Gilmar tem, em seu mandato, se destacado por suas ações e projetos que buscam garantir uma sociedade mais justa e igualitária, entre eles, que garantam o direito das mulheres. Entre as leis aprovadas, destaca-se a Lei nº 3.556/2022, que criou a Semana Municipal da Mulher Cordelista, celebrando a cultura e a arte das mulheres no Sertão, e a Lei nº 3.341/2020, que garante prioridade no atendimento de urgência e emergência para pessoas com Lúpus, uma doença que atinge principalmente mulheres.

Além disso, a Lei nº 3.330/2020, que institui o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa, traz um capítulo exclusivo para as mulheres negras, buscando reparar as desigualdades históricas e garantir direitos fundamentais a um dos grupos mais vulneráveis da nossa sociedade. A luta do Professor Gilmar também se reflete na Lei nº 3057/2018, que estabelece placas com o número do Disque Denúncia da Violência contra a Mulher em locais públicos, e na Lei nº 2.919/2017, que institui a Semana de Atenção à Pessoa com Lúpus.

O Professor Gilmar compartilha com essas mulheres de resistência a alegria da vitória, mas também a responsabilidade de continuar na luta. Na história de Dona Sinhaném e ÂngelaSantana, ele reconhece a força de tantas mulheres de Petrolina, que se levantam todos os dias, para garantir um futuro melhor para suas famílias e lutar pelas suas comunidades.

O tributo a essas mulheres é, também, um tributo a todas as mulheres de Petrolina e do Brasil, que, como Sinhaném e Ângela, enfrentam os desafios da vida com fé, força e um compromisso imenso com a justiça social. “Em nome delas duas eu quero abraçar todas as mulheres do nosso município e reafirmar o nosso compromisso em lutar por política pública que assegure justiça, igualdade, dignidade e poder para as nossas mulheres”, disse Professor Gilmar.

Por Victória Santana
(ASCOM/Mandato Coletivo)

Em sessão solene pela passagem do Dia Internacional da Mulher, Mandato Coletivo exige mais recursos para políticas da Defesa da Mulher

“Não pensar nos descasos com o saneamento básico, saúde, educação e políticas culturais é o que sustenta as violências contra as mulheres. Violência física, moral psicológica e financeira”

Foto: Hyarlla Wany

Aconteceu nesta terça-feira (12), na Casa Plínio Amorim, a sessão solene pelo Dia Internacional da Mulher, onde foi lançada oficialmente a Comissão dos Direitos da Mulher, presidida pela vereadora Cristina Costa (PT). A Comissão que surge como ferramenta de proteção e combate à violência contra a mulher é a primeira do tipo em todo o Pernambuco.

Durante o evento também foi oficializado o funcionamento da Patrulha da Mulher (lei nº 3020/2018) no município, que tem como objetivo agir na proteção, monitoramento e acompanhamento das mulheres vítimas de violência.

Além dos parlamentares, a sessão contou também com a participação de representantes de instituições e movimentos sociais para debater projetos, leis e demais políticas públicas voltadas para a mulher.

Foto: Ângela Santana

A representante do Mandato Coletivo do vereador professor Gilmar Santos (PT) e integrante da comunicação da Rede de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, Laiane Santos, disse que a política feita de mulheres para mulheres é fundamental, pois, só estando nesse papel é possível pensar ações que beneficiem as mesmas.

“…Elas dizem Não aos cortes sociais nas políticas que prejudicam primeiramente as mulheres periféricas, em sua maioria negra. O dia da mulheres serve para nos questionarmos: Como estão as creches e as escolas dos filhos dessas mães? Como estão as condições de trabalho das mulheres? E o porquê de ser apenas 16 mil reais de recursos municipais destinados ao programa de geração de rendas às mulheres vítimas de violência em Petrolina? Não pensar nos descasos com o saneamento básico, saúde, educação e políticas culturais é o que sustenta as violências contra as mulheres. Violência física, moral psicológica e financeira”, disse Laiane em entrevista com a equipe.

Foto: Ângela Santana

O Vereador professor Gilmar Santos (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, também participou da sessão e reforçou a importância de espaços de debate sobre esse tema no município e alertou a comunidade presente para a política produzida pelo presidente da República e como essa política interfere diretamente na vida das mulheres.

“Nós estamos vivenciando em nosso país um momento de profunda violência na forma como a política tem se colocado. Hoje nós temos um presidente da República que de forma declarada é um inimigo das mulheres, porque através do seu discurso de ódio, através da banalização do feminicídio, através da forma excludente como planeja esse governo, retira a participação das mulheres de todas as políticas públicas necessárias. Nós temos uma grande violência e uma cumplicidade com todas as violências que aparecem no nosso cotidiano” Disse Gilmar.

Além disso, o parlamentar trouxe essas expectativas para a realidade da cidade e de como existe contradição nas ações de determinados políticos que se apresentam enquanto defensores dos direitos da mulher, mas que compactuam com projetos que negligenciam as mesmas enquanto mães, trabalhadoras, estudantes etc.

“Nós tivemos essa Casa aprovando uma lei da chamada “ideologia de gênero” para perseguir e atacar a dignidade de todas vocês mulheres; Essa aprovação é uma expressão de como não se compreendeu a luta das mulheres. Tivemos essa Casa aprovando também a lei da Escola Sem Partido, para perseguir professores e professoras. Para a nossa felicidade, uma mulher que estava em exercício no mandato, resolveu vetar totalmente esse projeto de lei. Porém, esse projeto ainda está nessa Casa para que os vereadores derrubem esse projeto. Se nós não tivermos coerência na nossa ação enquanto Parlamentares, nós ficaremos aqui apenas fazendo homenagens, que são importantes; mas não podemos homenagear essas atrocidades que infelizmente atropelam todas as conquistas importantes que vocês, mulheres, tiveram até então (…) Todos aqueles representantes da sociedade que votaram pelo congelamento dos recursos na educação e na saúde por vinte anos, são cumplices do feminicídio. Todos aqueles que votaram pelos cortes nos programas de moradia como o “Minha Casa, Minha Vida”, todos aqueles que hoje fragilizam o Bolsa Família, todos aqueles que de alguma maneira dificultam o desenvolvimento da educação democrática, aqueles que contribuem para a perseguição dos professores e professoras, são cúmplices do feminicídio” Disse.

Por fim, Gilmar finalizou sua fala dando exemplos de como o descaso na educação, no transporte, na saúde, na pavimentação etc atinge de forma direta as mulheres de Petrolina, bem como, cobrou ao poder executivo mais investimento nas políticas públicas voltadas para a mulher.

“Vale lembrar das mães, das mulheres dos Residenciais do “Minha Casa, Minha Vida” que não tem transporte, educação, que não tem assistência de saúde suficiente; das mulheres que estão nas ocupações no João de Deus em busca de moradia; das mulheres que estão na fruticultura tendo contato cotidiano com agrotóxicos, com veneno depois as levam para o Hospital do Câncer. É essa a luta necessária! O governo Miguel Coelho precisa colocar mais dinheiro no orçamento de políticas públicas para as nossas mulheres. A forma concreta de enfrentar essa luta é através do recurso público” Conclui.

O Mandato Coletivo é também lugar de mulher!

Ainda vivemos em uma sociedade marcada pelo machismo, sexismo e de controle patriarcal. As mulheres tem sido, de modo sistemático e compulsório, excluídas dos lugares de fala e deliberação política. Mesmo assim, suas vozes ecoam nos lugares de resistência, lutando pela não subalternização de suas existências.

São muitas as companheiras que compõem as fileiras do nosso Mandato Coletivo. Trabalhadoras, negras, intelectuais, mães, donas de casa, periféricas, camponesas, professoras, artistas, empregadas domésticas, lésbicas, religiosas, quilombolas, jovens, adultas, idosas, comunicadoras e cuidadoras. Mulheres que são atravessadas por identidades, responsabilidades, utopias e opressões. Sujeitas que cortam um dobrado no exercício da descoberta do ser para si. Mulheres que lutam pelas inúmeras possibilidades de serem mulheres; no plural, assim como a diversidade de arranjos identitários possíveis a estes seres.

Neste 08 de março gostaríamos de nos colocar do lado de todas as companheiras de lutas, erguendo os punhos no sinal de rejeição a todas as formas de violências sofridas por elas. Entendemos que historicamente as mulheres têm sido violentadas por uma política de domínio dos homens, de extermínio das outras racionalidades possíveis. Compreendemos que o espaço legislativo que ocupamos deve colaborar para promoção de uma sociedade mais equânime, amplificando vozes por muito tempo silenciadas. Acreditamos  que mais mulheres devam ocupar o legislativo.

O dia das mulheres deve ser uma data onde todos os holofotes estejam voltados para suas bandeiras de lutas, para as violências e opressões ainda sofridas por elas. Mas todos os dias devem ser de engajamento cotidiano na promoção de relações sociais mais justas e democráticas para todxs.

Estaremos em luta junto a elas até que todas sejam livres!

Câmara de Vereadores de Petrolina realizará sessão solene pelo Dia Internacional da Mulher

Foto: Angela Santana

A Câmara de Vereadores de Petrolina realizará na próxima quinta-feira (08), Sessão Solene pelo Dia Internacional da Mulher. O requerimento aprovado é da vereadora Cristina Costa, do Partido dos Trabalhadores. Cada vereador indicará uma mulher da sociedade petrolinense que receberá a medalha de honra Josepha Coelho, criada para homenagear mulheres que contribuíram ou contribuem com o desenvolvimento de Petrolina.

A sessão terá ainda uma mesa com 15 mulheres homenageadas, escolhidas em várias áreas da sociedade petrolinense por sua participação social e relevantes serviços prestados ao município. Militantes, sindicalistas e religiosas.  A solenidade começará às 8h30, com visita à exposição fotográfica “Candaces, guerreiras negras do São Francisco”,  que está no Salão de Eventos da Casa Plínio Amorim. Imagens das fotógrafas Ana Souza, Jaqueline Rodrigues, Lais Lino, Márcia Guena, Rosângela Sá e Silvia Nonata, que representam milhares de ativistas que ocupam lugares de resistência, protagonizando a luta das mulheres negras contra o racismo, o feminicídio e o machismo. A sessão no plenário da Casa está marcada para às 9h.

Será um momento de lembrar as mulheres de luta, as vítimas de feminicídio e um momento de discutir o papel político e social da mulher em Petrolina.

Assessoria de Imprensa

Gabinete Vereadora Cristina Costa – PT

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