Deputado Gonzaga Patriota agride fisicamente o Vereador Gilmar Santos

Na manhã deste domingo(07/04), no distrito de Rajada, interior da cidade de Petrolina, o Deputado Federal Gonzaga Patriota (PSB) agrediu fisicamente o Vereador Gilmar Santos (PT). A violência, que já foi registrada na Delegacia de Polícia Civil, conforme Boletim de Ocorrência nº 18E2149001996, ocorreu por meio de um soco desferido pelo parlamentar federal no rosto do Vereador, atingindo a boca.

Os dois se encontraram por ocasião da realização da 5ª Audiência Pública sobre a PE 630, na Escola José Cícero Amorim. Ainda na calçada, quando o Vereador Gilmar Santos passava pelo portão, o Deputado Gonzaga Patriota acenou para o vereador quando esse se esquivou, afirmando não cumprimentar golpista, tendo em vista que o deputado se tratava de um dos principais inimigos dos trabalhadores e apoiador do golpe que colocou Michel Temer na Presidência da República.

Neste momento, ao insistir a comunicação com o vereador, Gilmar reafirmou o posicionamento, o que levou o deputado a perder a razão e agir de forma agressiva,  desferindo covardemente um soco no rosto do vereador, presenciado por diversos assessores e populares.  Logo em seguida, o Deputado correu para dentro de seu veículo, protegido por seus seguranças, onde permaneceu, aparentemente, fazendo gestos de ameaças.

Foto: Wesley Lopes

Ao Ponto Crítico o vereador Gilmar Santos afirmou que “o deputado Gonzaga Patriota dá provas concretas de que não respeita a democracia. Deu provas do seu despreparo para representar o povo. O seu desequilíbrio reflete o quando não aceita ser criticado, pois está acostumado que as pessoas baixem a cabeça para sua péssima atuação sem ser  questionado. É golpista, e agora usa da violência para reprimir quem o critica. De golpista, virou  um criminoso. Não vamos nos calar e tomaremos as devidas providências”.

Gonzaga Patriota é conhecido por ter feito da política profissão e carreira, tendo sete mandatos apenas de Deputado Federal (vinte e oito anos de mandatos)[1]. Mais recentemente ganhou visibilidade nacional com matéria veiculada pelo Fantástico (https://www.youtube.com/watch?v=abCxf1qF34g), em que o Deputado havia requerido reembolso do valor de R$ 1.493,00 pela compra de carne de Bode durante seu recesso.  Outro caso, se refere à campanha “Fora coronéis da mídia”, de 2014, que denunciou pelo Brasil os políticos que detém meios de comunicação, o que fere os preceitos constitucionais que regulam o tema (http://ombudspe.org.br/coronel-da-midia-gonzaga-patriota-vota-pelo-impeachment-mas-continua-ferindo-a-constituicao/).

Foto: Reprodução

O fato ocorreu um dia após a prisão do ex-presidente Lula.  O golpe que retirou a presidenta Dilma em 2016 contou com o voto de Gonzaga. O governo Michel Temer, que assumiu, tem atacado diversas conquistas e direitos da classe trabalhadora. O ambiente político e social após o golpe contribui diretamente para a prisão injusta de Lula.

 

[1] http://www2.camara.leg.br/deputados/pesquisa/layouts_deputados_biografia?pk=74419

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“A vereadora Marielle Franco que defendia tanto vagabundo, olha o que aconteceu”, diz Vereador Osinaldo Souza. Veja o vídeo

Foto: Wesley Lopes

Depois de votados alguns projetos, indicações e requerimentos, os temas violência e segurança pública foram debatidos na manhã desta quinta-feira, 22, na sessão ordinária da Casa Plínio Amorim.  Vários vereadores em suas falas fizeram menção ao índice de violência que vem crescendo na cidade. O vereador Alex de Jesus, ao fazer uso da tribuna, partilhou de sua preocupação com o número de assaltos que vem ocorrendo na cidade. Alguns disseram ser favoráveis ao armamento do cidadão para se defender, entre eles, o vereador Gabriel Menezes, PSL, que se disse contra o Estatuto do Desarmamento.

Porém um dos discursos que mais chamou a atenção foi do vereador Osinaldo Souza, justamente por ser ele o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania. Osinaldo, em determinado momento de sua fala disse em alto e bom som que a vereadora Marielle Franco, do PSOL, que foi morta no último dia 14, havia sido assassinada porque defendia vagabundo.

Veja a fala do vereador no vídeo abaixo.

 

Os vereadores do Partido dos Trabalhadores Gilmar Santos e Cristina Costa repudiaram a atitude do parlamentar.  “Eu fico extremamente sentido em ouvir essa frase de que a vereadora Marielle defendia vagabundo, de um vereador desta casa. Nós tivemos a missa do 7º dia, está na imprensa mundial, o Papa Francisco teve a humanidade, o respeito ao evangelho, em se solidarizar com a família de Marielle. O Papa Francisco que representa o sentimento milhões de cristãos no Mundo. No culto ecumênico o discurso mais bonito e mais representativo foi de um pastor evangélico. Eu fico imaginando o pastor Henrique Vieira, um evangélico, saber que um outro evangélico, vereador da casa Plínio Amorim faz acusações com ódio, desrespeitando o evangelho, estimulando a violência em nossa sociedade”, disse Gilmar.

Foto: Wesley Lopes

O vereador Gilmar lembrou o trabalho da vereadora do PSOL, inclusive com os policiais. “Marielle, para os falastrões, foi uma vereadora que pesquisou a realidade da Polícia Militar, colocou na sua pesquisa a defesa dos policiais, acolheu famílias de policias que foram assassinados, defendia uma segurança pública com valorização dos policiais, inclusive os coronéis da Polícia Militar do Rio de Janeiro fizeram esse reconhecimento público”, destacou.

Para Gilmar Santos as palavras de Osinaldo é um atentado contra a inteligência da população. E acrescentou: “ Defender direitos humanos é exatamente para que a população não seja desumanizada, para que a gente não entre em uma situação de caos. E eu fico preocupado de ver um presidente de uma comissão de Direitos Humanos falando esses absurdos, envergonhando essa casa e os princípios constitucionais”, desabafou.

Foto: Maria Lima

A vereadora Cistina Costa que no momento da fala de Osinaldo havia saído do plenário, ao saber do que havia se passado, também ficou indignada. “Eu quero, enquanto mulher e enquanto parlamentar, repudiar o despreparo de quem disse isso aqui. Que a vereadora Marielle defendia vagabundo, eu quero repudiar. Vamos respeitar”, disse Costa.

Diante da gravidade das declarações de Osinaldo Souza, Cristina Costa conclamou a colega vereadora Maria Elena para ouvir o áudio da sessão e tomar as devidas providências. “Se foi colocado essa falta de respeito com a vereadora Marielle eu vou tomar as providências e quero repudiar a atitude machista, agressiva, desrespeitosa do ser vivo que usa a bíblia, a palavra de Deus para incentivar a violência”, concluiu.

Sobre a Câmara Municipal debater determinados temas sem fazer o devido aprofundamento,  o vereador Gilmar Santos também destacou que “Se a gente quiser ser honesto, sincero, não entrar no cretinismo político, nós vamos saber que os primeiros criminosos estão nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, no Congresso Nacional e tem criminoso no Judiciário também. Veja a situação do nosso judiciário, em que pé nós estamos. É a falta da presença do Estado sem garantir educação de qualidade, ausência do estado em política de saúde de qualidade, ausência do Estado em investir em política de cultura para a juventude. Muitas vezes na dor da violência políticos se aproveitam para ganhar o sentimento do povo, para manipular a população…”, finalizou.

Foto: Wesley Lopes

O líder da bancada de oposição, vereador Paulo Valgueiro, também chamou a atenção dos colegas para o que é dito no plenário. “A gente tem que aprofundar as informações para trazer a essa tribuna, não podemos trazer informações do facebook como verdadeiras, a gente tem que pesquisar, porque somos formadores de opinião, temos de ter responsabilidade e não fazer acusações infundadas e colocar o nome de alguém na lama sem fazer a devida investigação e trazer aqui de forma irresponsável”, apelou.

Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, 39 anos, era socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e política brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro na eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. No dia 14 de março de 2018, foi covardemente assassinada a tiros juntamente com o seu motorista Anderson Gomes.

 

Por Redação

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Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres

A violência contra mulheres  constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero.

A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas. De fato, o próprio conceito definido na Convenção de Belém do Pará (1994) aponta para esta amplitude, definindo violência contra as mulheres como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°). Além das violações aos direitos das mulheres e a sua integridade física e psicológica, a violência impacta também no desenvolvimento social e econômico de um país.

A violência atinge mulheres e homens de formas distintas. Grande parte das violências cometidas contra as mulheres é praticada no âmbito privado, enquanto que as que atingem homens ocorrem, em sua maioria, nas ruas. Um dos principais tipos de violência empregados contra a mulher ocorre dentro do lar, sendo esta praticada por pessoas próximas à sua convivência, como maridos/esposas ou companheiros/as, sendo também praticada de diversas maneiras, desde agressões físicas até psicológicas e verbais. Onde deveria existir uma relação de afeto e respeito, existe uma relação de violência, que muitas vezes é invisibilizada por estar atrelada a papéis que são culturalmente atribuídos para homens e mulheres. Tal situação torna difícil a denúncia e o relato, pois torna a mulher agredida ainda mais vulnerável à violência. Pesquisa revela que, segundo dados de 2006 a 2010 da Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os dez países com maior número de homicídios femininos. Esse dado é ainda mais alarmante quando se verifica que, em mais de 90% dos casos, o homicídio contra as mulheres é cometido por homens com quem a vítima possuía uma relação afetiva, com frequência na própria residência das mulheres.

Um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres é a Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006. Esta lei, além de definir e tipificar as formas de violência contra as mulheres (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral), também prevê a criação de serviços especializados, como os que integram a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, compostos por instituições de segurança pública, justiça, saúde, e da assistência social.

A Lei Maria da Penha também teve uma importante vitória em fevereiro de 2012, em decisão do STF, quando foi estabelecido que qualquer pessoa poderia registrar formalmente uma denúncia de violência contra a mulher, e não apenas quem está sob essa violência.

Não é apenas no âmbito doméstico que as mulheres são expostas à situação de violência. Esta pode atingi-las em diferentes espaços, como a violência institucional, que se dá quando um servidor do Estado a pratica, podendo ser caracterizada desde a omissão no atendimento até casos que envolvem maus tratos e preconceitos. Esse tipo de violência também pode revelar outras práticas que atentam contra os direitos das mulheres, como a discriminação racial.

O assédio também é uma violência que pode ocorrer no ambiente de trabalho, em que a mulher se sente muitas vezes intimidada, devido a este tipo de prática ser exercida principalmente por pessoas que ocupam posições hierárquicas superiores as mesmas.

Mulheres lésbicas e bissexuais podem sofrer diversos tipos de violência em função de sua orientação sexual, desde agressões físicas, verbais e psicológicas, até estupros corretivos (que pretendem modificar a orientação sexual da mulher). Mulheres transexuais também se tornam alvos de preconceitos e agressões múltiplas, e ainda lidam com violências dentro de instituições, como as que ocorrem no ambiente de trabalho e nos serviços de saúde.

O tráfico e a exploração sexual de mulheres, meninas e jovens também é uma prática relevante no que diz respeito às violências de gênero. O tráfico de mulheres, que tenha como finalidade a exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, a escravatura, a servidão, a remoção de órgãos ou o casamento servil, envolve uma ampla rede de atores e ocorre tanto localmente quanto globalmente, e consiste em violação dos direitos humanos das mulheres.

O enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres é uma importante demanda no que diz respeito a condições mais dignas e justas para as mulheres. A mulher deve possuir o direito de não sofrer agressões no espaço público ou privado, a ser respeitada em suas especificidades e a ter garantia de acesso aos serviços da rede de enfrentamento à violência contra a mulher, quando passar por situação em que sofreu algum tipo de agressão, seja ela física, moral, psicológica ou verbal. É dever do Estado e uma demanda da sociedade enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres. Coibir, punir e erradicar todas as formas de violência devem ser preceitos fundamentais de um país que preze por uma sociedade justa e igualitária entre mulheres e homens.

CUT-PE emite Nota de repúdio contra secretário de segurança de Petrolina

Foto: Thiago Luiz de Sá

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), emitiu na quinta-feira, 08, uma nota de repúdio contra a atitude do Secretário Municipal de Segurança de Petrolina, José Silvestre, que jogou spray de pimenta contra o Coordenador Regional  do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco- Sintepe, Robson Nascimento, durante a manifestação do Grito dos Excluídos realizada no último dia 07. Confira abaixo a nota na íntegra:

Nota de repúdio contra secretário de segurança de Petrolina

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) manifesta repúdio à Prefeitura de Petrolina, por conta da agressão produzida pelo secretário Municipal de Segurança, José Silvestre, contra diversos participantes do Grito dos Excluídos, no último 7 de setembro. Em particular a agressão sofrida pelo Coordenador Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco- Sintepe, Robson Nascimento.

Durante a parada pacifica que a passeata do Grito dos Excluídos fez em frente ao Palácio da Prefeitura, o secretário lançou spray no chão nas proximidades das pessoas, causando transtornos às mesmas. Diante disso, Robson perguntou ao citado secretário o motivo para tal atitude. Porém, ao invés da resposta o companheiro recebeu no rosto um jato do citado spray, isso na presença de dois vereadores e um deputado estadual.

A atitude do secretário José Silvestre não condiz com o cargo que ocupa, pois, agrediu um ato pacífico, colocou em risco a saúde de várias pessoas e potencializou um grande tumulto, o que não ocorreu em virtude dos propósitos do próprio Grito dos Excluídos e da intervenção de diversas pessoas, ente elas os citados parlamentares. Tal atitude não condiz com um cargo que é responsável por zelar pela segurança das pessoas, pela liberdade de expressão e pela democracia.

Diante dos fatos e seus significados, faz-se necessário que o Governo Municipal de Petrolina tome medidas urgentes para evitar a ocorrência de fatos semelhantes, seja através do atual Secretário Municipal de Segurança ou de outra pessoa que por ventura a venha substituir.

CUT Pernambuco

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