Com samba e feijoada, Comitê Popular de Luta Maria Sena será lançado neste sábado em Petrolina

Sediado na Associação das Mulheres Rendeiras, no bairro José e Maria, o comitê iniciará suas atividades com um evento festivo que contará com o show do grupo de samba ‘Robertinho e a Rapaziada’ e a DJ Lizandra Martins

Foto/Divulgação

Será lançado neste sábado (14) em Petrolina-PE, o Comitê Popular de Luta Maria Sena, sediado na Associação das Mulheres Rendeiras, no bairro José e Maria. O comitê iniciará suas atividades com um evento festivo que contará com o show do grupo de samba ‘Robertinho e a Rapaziada’ e a DJ Lizandra Martins. A entrada é gratuita e a feijoada custará apenas R$ 20.

Organizado por movimentos sociais, coletivos e partidos políticos, a iniciativa se soma a centenas de comitês lançados pelo país, criados para fortalecer a mobilização de todas as pessoas dispostas a contribuir para transformar a vida do povo brasileiro, a partir da elevação do nível de consciência da população, principalmente das periferias.

Quem foi Maria Pereira de Sena

O comitê leva o nome de Dona Maria Sena, mulher de lutas admiráveis, lembrada pelo seu compromisso com a vida, a justiça social e a dignidade humana.

Natural de Ouricuri-PE, viveu boa parte da sua vida entre os municípios de Santa Filomena e Santa Cruz da Venerada, particularmente no Sítio Baixa Verde, onde educou seus filhos e filhas, alfabetizou e catequizou crianças e adolescentes, e fez das comunidades eclesiais de base um espaço para o exercício da fé e da organização de lutas por direitos.

Trabalhadora rural, sempre engajada com as lutas sociais, nos anos 80 integrou um grupo que fundou a ONG Caatinga, organização dedicada à formação, assistência e organização de famílias de agricultores/as na convivência com o semiárido. Nesse mesmo período foi candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT). 

Nos anos 90 migrou para Petrolina e passou a residir com a família no bairro José e Maria. No mesmo bairro, integrou-se à luta da Associação das Mulheres Rendeiras, onde manteve acesa a chama da solidariedade, seja animando as companheiras na produção de objetos artesanais, seja nos  projetos culturais, solidários e políticos de enfrentamento às violências contra mulheres, desigualdades e discriminações contra a população negra e das periferias.

Vereador Gilmar Santos defende melhores condições de trabalho para servidores da construção civil de Petrolina

O pedido surgiu após uma reunião entre o vereador e representantes do movimento Lutas de Classes, que representa o segmento da construção civil

Melhores condições de trabalho para servidores da construção civil. Foto/Assessoria

Espaço para refeições, testes de Covid-19, banheiros e distribuição de EPIs para trabalhadores e trabalhadoras da construção civil. Esta foi a solicitação feita pelo Vereador Gilmar Santos-PT, em um requerimento (nº 206/2021) apresentado na sessão da Câmara Municipal  de Petrolina, na manhã desta terça-feira (04).

“Nós recebemos diversas denúncias de que esses trabalhadores passam por situações de constrangimento e humilhação, tendo que bater na porta das pessoas para ter acesso a um banheiro”, afirmou o parlamentar ao defender o requerimento. Aprovado por 20 votos.

Direcionado ao secretário de desenvolvimento urbano e habitação, Emício Júnior, o pedido surgiu após uma reunião entre Gilmar Santos e representantes do movimento Lutas de Classes, que representa o segmento da construção civil. Confira a lista de serviços solicitadas pelo parlamentar:

  • Verificação de obras com banheiro, e em caso de inexistência que sejam tomadas as devidas providências junto às empresas responsáveis;
  • Verificação de obras com local adequado para alimentação, e em caso de confirmação da inexistência que sejam tomadas as devidas providências junto às empresas  responsáveis;
  • Verificação da disponibilidade de Equipamentos de proteção individual para os funcionários, bem como dos equipamentos necessários ao combate da covid-19, e em caso de confirmação da não disponibilidade que sejam tomadas as devidas providências junto às empresas responsáveis;
  • Que seja realizada, testagem para a covid-19 para os trabalhadores da construção civil no município de Petrolina.

De acordo com representantes do Movimento Luta de Classes, muitos são os canteiros em que não há local adequado para que façam as refeições, e mais grave, não é raro encontrar obras em que não são disponibilizados os equipamentos de proteção individual para os trabalhadores, e atualmente, devido à pandemia, outros equipamentos que deveriam estar disponíveis, não estão, como por exemplo, máscara e álcool.

PEC da Previdência dá R$ 388 bilhões aos bancos e reduz aposentadoria a um quinto

“Projeção da Unafisco mostra cenário devastador para a classe trabalhadora se a reforma da Previdência for aprovada”

Interesse financeiro dos bancos pela capitalização é o principal combustível da defesa da reforma da Previdência / EBC/Reprodução

O debate sobre a urgência e o modelo mais adequado para mudar as regras da Previdência Social e das concessões de aposentadorias, pensões e benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) gira em torno da arrecadação e da despesa previdenciária.

No centro da guerra de narrativas, está a proposta do governo de criar um modelo de capitalização, onde cada trabalhador terá que dar conta de juntar o dinheiro suficiente para se aposentar, após 20 anos de contribuição, no mínimo, e depois de completar 65 anos, no casos dos homens, ou 62 anos no caso das mulheres. Enquanto isso, o dinheiro acumulado das contribuições será administrado por um banco, que vai cobrar taxas pelo serviço.

O modelo em vigor atualmente é conhecido como regime de repartição, onde as contribuições de trabalhadores, empresas e tributos do governo financiam os gastos com as aposentadorias.

A Unafisco, Associação Nacional dos Fiscais da Receita Federal, fez um estudo para calcular o lucro que o modelo proposto vai gerar para os bancos e quanto o trabalhador terá de aposentadoria.

Segundo o estudo, os bancos deverão lucrar R$ 388 bilhões por ano. Na capitalização, uma espécie de poupança que o trabalhador terá que fazer para se aposentar,  os bancos cobram uma taxa de administração anual sobre o valor do patrimônio acumulado até então. E também é cobrada uma taxa de carregamento mensal sobre os depósitos feitos na conta individual de capitalização.

O estudo da Unafisco considerou uma taxa de carregamento de 2% e uma taxa de administração de 2%. Para chegar no valor médio anual de faturamento dos bancos, a Unafisco considerou dois ciclos de 35 anos. No primeiro, há o acumulo do patrimônio e no segundo a entrada de mais trabalhadores e o pagamento dos primeiros benefícios.

Ao fim do primeiro ciclo de 35 anos, o faturamento acumulado das instituições financeiras atinge 34,51% do patrimônio acumulado pelos trabalhadores. No final dos dois ciclos, daqui a 70 anos, o lucro dos bancos atinge 102,58% do patrimônio acumulado. 

Já o trabalhador terá uma renda baixa, no valor equivalente a um quinto do que ele recebia quando estava na ativa. Ou seja, para cada R$ 100 de renda média a aposentadoria equivalerá a R$ 20. A queda será, explica o documento, porque o modelo novo não terá mais a parte de contribuição das empresas, como é no modelo de repartição.

“Esse é o projeto do governo que está na PEC 6. Eles pretendem diminuir os custos das empresas. É esse o discurso do ministro Paulo Guedes. Sem a contribuição do empregador, esse patrimônio acumulado atinge um valor que não é suficiente para pagar a aposentadoria do trabalhador durante a sua expectativa de sobrevida ”, projeta Mauro José da Silva, diretor da Unafisco.

Por exemplo, um operário que recebe três salários mínimos e contribui sozinho com 11% deste valor em um sistema de capitalização.  Se ele começou aos 25 anos, depois de 35 anos de contribuição, ele teria R$ 258.500,00. No estudo da Unafisco, que considera a taxa de juros real de 2,9% ao ano, o valor seria suficiente para assegurar sete anos de aposentadoria com valor igual a três salários mínimos (mantendo então o padrão de vida).

Porém, para que o valor acumulado fosse distribuído até os 84 anos de idade, que é o limite da expectativa de vida, o valor da aposentadoria seria de R$ 1.100,00, um terço da renda média que o operário está acostumado.

Além disso, na conta também entram os valores cobrados pelo banco ao longo dos anos. Considerando uma taxa de administração de 2% ao ano e uma taxa de carregamento de 2%, o saldo do patrimônio do operário iria cair para R$ 168.700,00.  

Com isso, na realidade, ele teria dinheiro suficiente para apenas três anos recebendo o equivalente a três salários mínimos. Na distribuição do valor até os 84 anos, o valor da aposentadoria seria igual a R$ 600,00, o que é equivalente a um quinto do valor referente ao padrão de vida que ele tinha quando trabalhava e ganhava R$ 3.000,00.

Na audiência pública sobre os detalhes da PEC 06/19, que aconteceu na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara, o ministro da Economia Paulo Guedes não soube explicarcomo será o modelo de capitalização e não falou sobre os lucros que os bancos terão com a mudança.

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira

Fonte: Brasil de Fato