19 vereadores de Petrolina votam contra a realização de audiência pública que discutiria situação dos trabalhadores da música

Para Gilmar, autor da proposição, “debater de forma pública as ações que amenizem as dificuldades pelas quais passam esses trabalhadores e trabalhadoras é a melhor forma de garantir transparência e participação popular”

Em atendimento a uma reivindicação de trabalhadores da música, que na semana passada realizaram uma manifestação em frente a Prefeitura Municipal de Petrolina-PE, o Vereador Gilmar Santos (PT), apresentou na manhã desta terça-feira (02), um requerimento (nº 037/2020) para que a Câmara Municipal promova uma audiência pública, para discutir os impactos que atingiram profissionais do segmento em decorrência da pandemia do Novo Coronavírus. A proposição foi derrubada por 19 votos.

“Debater de forma pública as ações que amenizem as dificuldades pelas quais passam esses trabalhadores e trabalhadoras é a melhor forma de garantir transparência e participação popular. Na audiência seria possível debater tanto os problemas imediatos quanto os problemas futuros, já que serão necessárias políticas públicas permanentes para o seguimento. Ao rejeitarem e desqualificarem a importância dessa audiência os vereadores do prefeito mostram mais uma vez que foram eleitos para proteger o patrão deles, não o interesse da nossa população”, defende o parlamentar.

Músicos realizam manifestação em frente a Câmara Municipal

Durante a sessão, enquanto o Vereador Gilmar Santos defendia a aprovação da Audiência Pública, um grupo de músicos, com cartazes e carros de som realizavam uma manifestação em frente a Câmara.

Manifestação em frente à Câmara Municipal de Petrolina

Um dos líderes do movimento, o cantor Igor Castro, defendeu a realização da audiência pública e disse que esperava que os vereadores aprovassem a reivindicação. “A gente quer uma audiência pública. O objetivo desta manifestação aqui é sensibilizar todos os vereadores da Câmara para que a gente possa ter acesso ao prefeito, poder conversar com ele e levar a solução para o problema que estamos passando”, pontuou o líder do Grupo de Músicos de Petrolina.

“Estamos neste protesto enquanto músicos e cidadãos para que sensibilizar a câmara de vereadores para que o município aprove um auxílio emergencial pra gente pois a situação está muito difícil”, declarou Cristiano Costa, petrolinense e cantor há mais de 30 anos.

No decorrer da pandemia, mesmo a contragosto do Governo Federal, algumas medidas foram tomadas com o objetivo de minimizar os graves impactos que a população vinha enfrentando. A exemplo da aprovação da Lei Aldir Blanc, que garantiu um auxílio para as trabalhadoras e trabalhadores da cultura, uma vez que essa categoria foi uma das primeiras a ter as atividades suspensas e até o momento não conseguiu retornar ao fluxo normal das atividades culturais. Entretanto, a Lei Aldir Blanc não conseguiu garantir recursos para todas e todos que atuam no segmento de cultura, o que manteve a vulnerabilidade a qual milhares de trabalhadores.

Segurando um cartaz com a frase “A música pede passagem”, a cantora de forró Gildeane, relatou as dificuldades que ela e o marido estão passando. “Eu e meu esposo ficamos de fora dos recursos da Lei Aldir Blanc e por isto estamos aqui nesta manifestação. São muita dificuldades para os músicos em geral. Tá complicado”, disse ela. relatou a cantora Gildeane, que também cantora ue antes da pandemia trabalhava com música ao lado do companheiro.

Diante do agravamento da situação sanitária do país, com mais de 255 mil mortos, está em curso um cenário de grande risco para a saúde da população, o que tem levado estados e municípios  a tomarem novas suspensões das atividades não essenciais, entre elas shows e eventos culturais.

“O cenário de grande dificuldade que esses trabalhadores vêm enfrentando e que devem continuar a enfrentar, tendo em vista o surgimento de novas variantes da Covid-19 e, consequentemente, do aumento do número de casos e mortes. Nosso Mandato apresentou esse requerimento para que de forma conjunta pudéssemos abrir um diálogo no sentido de buscarmos soluções que possam minimizar os impactos enfrentados por estes profissionais”, pontuou o parlamentar.

Vereador professor Gilmar Santos (PT) cobra do Executivo reestruturação dos Conselhos de Juventude, Cultura e Educação

“Sem esses conselhos não há debate sobre política para proteção de direitos da juventude, assim como geração de oportunidades”

Foto: Camila Rodrigues

Durante a sessão plenária desta quinta-feira (09), o vereador professor Gilmar Santos (PT), cobrou do executivo a reestruturação dos Conselhos de Juventude, Educação e Cultura. Segundo ele, as cobranças vêm acontecendo há mais de um ano.

O Conselho da Juventude está há mais de dois anos sem funcionar, assim como o conselho da educação, e sem esses conselhos não há debate sobre política para proteção de direitos da juventude, assim como geração de oportunidades.

De acordo com o parlamentar, o governo municipal e a câmara não fazem esforços para mudar essa realidade e que essa negligência é corresponsável por tantas violências que acontecem no município, a exemplo do assassinato dos irmãos Gustavo e Manuel.

“Nós estamos desde o ano passado exigindo a reestruturação do Conselho de Educação, que não funciona em Petrolina. Eu quero saber quando é que essa câmara vai colocar o projeto aqui pra ser votado. Se o prefeito e os vereadores quiserem, colocam em pauta e votam! Com o conselho da juventude se discute políticas para a juventude, esporte, cultura… Para evitar que os jovens sejam seduzidos pela violência. Conselho de Cultura não existe, política de esporte também não.

O edil que vem ressaltando a importância das políticas públicas, principalmente nas periferias da cidade, bem como exigindo a efetividade das mesmas, afirmou que “sem essas ações o município estaria sendo cúmplice da violência por negligência”.