Parlamentares confirmam bloco de oposição com PT, PSB, PSOL e Rede

Líder do PT, Paulo Pimenta confirmou a consolidação do bloco de esquerda de oposição à Jair Bolsonaro (PSL) que soma 98 parlamentares na Câmara dos Deputados

O líder da Bancada do PT na Câmara,  Paulo Pimenta (RS), anunciou em entrevista coletiva no início da noite desta quinta-feira (31), a consolidação de um bloco de esquerda na Câmara dos Deputados, formado pelo PT, PSOL, PSB e REDE. Ao todo, são 98 parlamentares que vão se opor às políticas de retrocessos do governo Jair Bolsonaro. Ainda nesta noite (31), a Bancada do PT vai definir quem apoiará à presidência da Câmara. O apoio ao candidato Rodrigo Maia (DEM-BA) está descartado pelas siglas que compõem o bloco.

Segundo Pimenta, a formação do bloco tem por base um “compromisso programático, de independência do Poder Legislativo, de distância do governo Bolsonaro, de defesa da democracia, da soberania, e em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras”. O líder petista informa que os diálogos estão abertos com o PCdoB e o PDT.

“Queremos ainda hoje [31] poder anunciar um bloco ainda mais amplo. Vamos aguardar as definições do PCdoB, do PDT, e esperamos até o final da noite, quem sabe, anunciar ao País um bloco ainda mais representativo, que mostre a força da oposição dentro da Casa”. Conforme Paulo Pimenta, o grupo que reúne as quatro siglas terá uma representação importante, tanto na composição da mesa diretora, bem como nas comissões da Casa.

Candidatura

Pimenta explicou que dentro do bloco não haverá uma indicação de candidato à presidência da Câmara. Como são diversos partidos, eles têm autonomia na definição de suas candidaturas. “O PT vai reunir a bancada para discutir a sua estratégia. Ainda hoje vamos oficializar uma posição do PT e anunciar quem apoiaremos para a presidência da Casa”, adiantou o líder.

O deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que o bloco ainda está em formação, mas que já considera um avanço reunir quatro partidos. “É uma vitória da esquerda que tem pontos em comum entre os partidos. São partidos comprometidos com a democracia, de oposição ao governo Bolsonaro, e com possibilidade de um diálogo intenso com a sociedade, com independência total desta Casa em relação ao governo”. Freixo também reiterou que as conversas com o PCdoB e PDT estão em andamento, e que as duas siglas são “bem-vindas ao bloco”.

Freixo destacou ainda que o bloco é mais importante do que o nome colocado para disputar a presidência da Casa. “O bloco é a consolidação política de um campo importante neste momento que vive o País”, finalizou Freixo.

Por PT na Câmara

http://www.pt.org.br

Os sete pontos (do Paulo Teixeira) sobre PSB e PT

O PT é um partido em disputa e a militância de Pernambuco reafirmou ontem, no encontro de tática estadual, que confia na candidatura própria como a melhor e mais coerente estratégia para superar o golpismo e resgatar o estado de pernambuco do péssimo governo de Paulo Câmara (PSB), além de fortalecer Lula nas eleições nacionais. Foram por volta de 200 votos a favor  e cinquenta contra (não houve contagem e diferença pode ser ainda maior) que contrariaram a resolução da executiva nacional que determinava a aliança do PT com PSB  em alguns estados, incluindo Pernambuco, em troca de uma suposta neutralidade política do PSB na disputa à presidência.

A questão ainda será decidida no Diretório Nacional até este sábado, 04 , mas já levanta muita indignação da militância de Pernambuco e de diversos importantes quadros do PT nacionalmente.

Uma análise muito didática do ponto de vista político é a apresentada por Valter Pomar *  sobre o assunto.

Leia na íntegra:

Diário do Centro do Mundo publicou um roteiro de sete pontos “sobre PSB e PT”, cuja autoria é atribuída ao deputado Paulo Teixeira.

(O próprio Paulo Teixeira acaba de me informar que o texto seria da presidenta Gleisi Hoffmann).

O roteiro está no endereço abaixo:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/deputado-paulo-teixeira-do-pt-fala-do-acordo-com-o-psb/

O primeiro ponto diz que “É uma estrategia nacional resgatar aliança com o PSB, um partido em disputa. No Nordeste e Norte apoiarão Lula ou quem Lula Indicar”.

A primeira frase é verdadeira.

Acontece que a resolução da executiva nacional do PT não resgatou aliança alguma.

A resolução da executiva nacional do PT pagou caro para supostamente obter a neutralidade.

E a neutralidade significa que o PSB vai continuar como está: alguns com Alckmin, outros com Ciro, outros mais com Lula.

A segunda frase é reveladora.

Revela que um dos objetivos da resolução aprovada por maioria na CEN seria garantir o apoio não para Lula, mas para quem Lula vier a indicar.

Acredite quem quiser na solidez de uma promessa deste tipo, que não está escrito, que não está baseado na grande política, mas sim na permuta de candidaturas estaduais.

O segundo ponto diz que  essa ala do PSB (Ricardo Coutinho, Paulo Câmara, Capiberibe) tirou a direita do partido, e colocou o PSB contra a reforma trabalhista, a EC 95, a entrega da Petrobras e a privatização da Eletrobras.

Pergunto: se isto fosse verdade, se a esquerda socialista “tirou a direita do Partido”, por qual motivo o PSB vai ficar neutro? Por qual motivo o PSB não decide apoiar Lula?

Pergunto ainda: de que partido é Beto Albuquerque? E de que partido é Márcio França, governador e candidato a governador de São Paulo?

Ou será que Paulo Teixeira acha que Márcio França não é de direita???

Ainda sobre o ponto 2, me informa o companheiro Rodrigo César o seguinte:

Sobre o ponto 2, segue como votou a bancada do PSB na Câmara:

Impeachment
SIM – 29
NÃO – 3

Reforma trabalhista
SIM – 14
NÃO – 16

EC 95
SIM – 18
NÃO – 9

Abstenção – 1


O terceiro ponto diz que recompor uma frente política de esquerda no país é condição para o enfrentamento ao golpe e para tirar o Brasil da crise com uma política econômica inclusiva 

Novamente, a afirmação é verdadeira.

Mas o que a afirmação tem que ver com a resolução aprovada pela maioria da CEN do PT?

Tal resolução oferece apoio nos estados, não pede nada em troca, mas espera de fato a neutralidade e a retirada da candidatura de Márcio Lacerda em Minas Gerais.

Não vamos recompor uma frente política de esquerda, com este tipo de acordo.

O quarto ponto diz que o PCdoB, um dos partidos que compõe essa frente, via o entendimento com o PSB como condição para construirmos uma unidade do campo

De fato o PCdoB defende uma frente.

Mas isto que foi feito não parece nada com aquilo que o PCdoB defende.

Se parecesse, a Convenção do PCdoB teria tido outros desdobramentos.

O quinto ponto diz que desde o ano passado temos reforçado que nossas alianças ou acordos eleitorais se dariam no campo da centro esquerda. E listamos, e APROVAMOS, em resolução do PT que os partidos para construirmos isso eram PCdoB, PSB e PDT.

Também é verdade.

Mas, novamente, o que isto tem que ver com a resolução da CEN???

A resolução da CEN não foi um passo à frente em direção a uma aliança com PDT, PCdoB e nem mesmo PSB.

Neste momento não estamos com PDT, não estamos com PCdoB e o PSB vai, na melhor das hipóteses, adotar uma falsa neutralidade, que na prática favorece mais Alckmin do que a centro-esquerda.

O sexto ponto diz que nunca escondemos do PT de Pernambuco, dos movimentos sociais e de Marília, nossas conversas e nossos movimentos. Lutamos por uma coligação formal, mas não foi possível. Esse movimento é o recomeço da frente de esquerda no país, buscando resgatar um partido q historicamente esteve do nosso lado.

O sexto ponto omite uma informação fundamental, a saber: até o dia 1 de agosto, a posição do PT era construir uma aliança nacional com o PSB, em torno de Lula.

Isso (o objetivo de construir uma aliança nacional) nunca foi escondido do PT de Pernambuco, nem do PT de todo o país.

Mas o que foi feito dia 1 de agosto não foi isto.

O que foi feito dia 1 de agosto: uma maioria de integrantes da CEN concedeu o apoio do PT ao Paulo Câmara. Ponto. A resolução não fala mais nada.

É público que esta maioria esperava que, em troca, retirasse a candidatura de Márcio Lacerda em Minas Gerais e adotasse a “neutralidade” na disputa presidencial.

Neutralidade não é aliança nacional.

Antes de 1 de agosto, a CEN não disse ao PT de Pernambuco que, em nome da suposta neutralidade e de Lacerda, a candidatura de Marília poderia ser retirada.

É uma ilusão achar que esta troca e esta neutralidade são o “recomeço da frente de esquerda no país” e o resgate do PSB.

O sétimo ponto diz que sem a eleição de Lula e a construção de um campo político NACIONAL progressista e popular não recuperaremos o país. Não vamos perder o foco do nosso enfrentamento. Estamos numa batalha pela devolução dos empregos, dos direitos dos trabalhadores e do povo, da nossa democracia e da nossa soberania.

Tudo verdade.

Mas o que a CEN decidiu não contribuiu nem um pouco para isto.

O que a CEN decidiu, falemos francamente, foi oferecer Arraes, esperando colher Lacerda e a neutralidade.

O que o obteve com isto, até agora?

Uma enorme confusão, cujo desfecho está sendo escrito neste momento.

Infelizmente, o roteiro publicado pelo DCM e atribuído ao deputado Paulo Teixeira não descreve o que se pretendia, não descreve o que ocorreu e não descreve o que está ocorrendo.

 

 

* Valter Pomar é historiador e integrante da Direção Nacional do PT

Delegado da PF vê indícios de lavagem de dinheiro em investigação relacionada a senador Fernando Bezerra Coelho

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), em discurso no Senado em 2015 (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) é suspeito de utilizar concessionárias de veículos para camuflar propina

O delegado federal Antônio José Silva Carvalho, encarregado de inquérito que apura o pagamento de propina ao senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirma que há indícios de que concessionárias de veículos foram “utilizadas para camuflar o dinheiro espúrio recebido” pelo parlamentar. Segundo a PF, as empresas pertencem a um servidor da Assembleia Legislativa de Pernambuco ligado ao parlamentar.

A manifestação do delegado foi enviada ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de prorrogação do inquérito aberto para investigar as suspeitas de que Bezerra Coelho tenha recebido da Odebrecht dinheiro desviado de obras do Canal do Sertão, em Alagoas. O senador foi ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff. Mello concedeu mais 60 dias para a polícia.

STR abre inquérito contra senador Fernando Bezerra Coelho PSB

http://epoca.globo.com