Dados alarmantes apresentados pelo Superintendente do Hospital revelaram que mais de 68% dos pacientes são internados em leitos improvisados por falta de estrutura do município

Durante a sessão desta terça-feira (22), a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Petrolina foi ocupada pelo Superintendente do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Petrolina), Julianelli Tolentino, que apresentou um panorama alarmante da atual situação da unidade. Com 148 leitos ativos, o HU chegou a registrar 194 pacientes internados em um único dia em 2024, revelando um aumento em 68,4% dos pacientes atendidos em leitos extras, como corredores e espaços improvisados, cenário que tem sido constante desde 2017.
O HU-Petrolina, gerido pela EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), é referência em atendimentos de média e alta complexidade e atende uma rede macrorregional que abrange 53 municípios da Bahia e Pernambuco. Porém, segundo dados apresentados por Julianelli, a maioria esmagadora dos atendimentos vem de Petrolina, que, sozinha, respondeu por cerca de 10 mil dos 11.867 atendimentos realizados no primeiro quadrimestre de 2024, sendo a maioria destes, de baixa complexidade.
Julianelli destacou que no primeiro quadrimestre de 2025, 69% dos atendimentos no HU também são de baixa complexidade, demanda que o hospital não tem estrutura para atender, o que compromete diretamente os atendimentos de alta complexidade, especialidade da unidade. Ele reforçou que a solução passa pela ampliação da rede municipal e maior eficiência na gestão das políticas públicas voltadas para a saúde em Petrolina.
Diante desse cenário, o Professor Gilmar (PT), vereador e líder da oposição na Câmara, elogiou a transparência da gestão do HU, mas foi direto em sua cobrança à prefeitura: “Como é que um município que vive falando em ‘força política’ não tem sequer estrutura para fazer uma sutura? A população está sendo obrigada a procurar o HU por falta de atendimento básico nos postos de saúde dos bairros.”
Gilmar reforçou que a principal causa da superlotação no HU é a ausência de um hospital de barreiras ou unidades de retaguarda no município. “O SUS, esse sistema extraordinário, precisa funcionar efetivamente, e o primeiro espaço onde ele deve funcionar é através da educação básica, e o município é quem deve cumprir esse papel. Se a maioria dos pacientes que dão entrada no HU são de Petrolina, o município não está cumprindo o seu papel. Precisamos de um hospital de barreiras”, voltou a cobrar.
Outro ponto importante apresentado pelo superintendente foi o impacto positivo da atuação política no fortalecimento da estrutura hospitalar. Ele anunciou que, graças à maior emenda parlamentar da história do HU, fruto do mandato do senador Humberto Costa (PT), o hospital está adquirindo mais de 110 novos aparelhos, incluindo um craniotomo e novos sistemas de climatização.

Além disso, Julianelli destacou a construção de um novo hospital universitário em Paulo Afonso (BA), também fruto de ação do Governo Federal, conduzido pelo Presidente Lula-PT, que terá um investimento de R$ 165 milhões. Segundo ele, essa nova unidade vai ajudar a desafogar o HU de Petrolina, que hoje absorve grande parte da demanda da região, permitindo que o atendimento na cidade seja mais qualificado e com maior conforto para os pacientes.
O Professor Gilmar, que tem realizado uma agenda de reuniões com o Secretário Municipal de Saúde João Luís, reforçou seu compromisso com a saúde pública: “Nosso mandato está nas ruas, fiscalizando diariamente, principalmente nas periferias. Não vamos aceitar que a população continue sofrendo por falta de atendimento básico. O HU precisa de apoio, e o povo precisa de dignidade.”
Por Victória Santana (ASCOM | Mandato Coletivo)
