Contrários aos privilégios da classe política, os/as vereadores/as da bancada de oposição da Câmara Municipal de Petrolina (CMP) Professor Gilmar-PT, Lucinha Mota-PSDB, Ronaldo Silva – PSDB, Samara da Visão-PSD e Marquinhos do N4-PSD se manifestaram contra o recesso parlamentar prolongado da Casa Plínio Amorim após o primeiro semestre dos trabalhos legislativos. Durante esse período, as atividades plenárias que deveriam ficar suspensas por 30 dias, agora ficarão por, aproximadamente, 50.
De acordo com o Art.87 do regimento interno da Casa Plínio Amorim, o período legislativo do primeiro semestre deveria encerrar apenas no dia 30 de junho, contudo o Presidente da Câmara Aero Cruz, com apoio dos vereadores da situação, apresentou uma circular que antecipa o recesso parlamentar para esta quinta-feira, dia 13 de junho. O líder da oposição vereador Professor Gilmar Santos repudiou a decisão na sessão ordinária desta terça-feira (11) e denunciou a determinação em suas redes sociais, afirmando que essa é uma decisão “imoral”.
“Essa Casa não está cumprindo com a própria legislação que criou. O regimento da Câmara diz que durante o ano as sessões serão de, no mínimo, 20 e, no máximo, 70. O que não faltam são problemas que afetam a nossa população para serem debatidos. Lamentavelmente, esses vereadores da situação, a partir da mesa diretora, estão fazendo um esforço pelo mínimo e não para trabalhar ao máximo pela população”, disse Gilmar.
Para além desse prolongamento, parte das sessões ordinárias já foram prejudicadas diversas vezes no decorrer deste primeiro semestre por conta de feriados e solenidades realizadas em dias de sessão, é o caso de uma sessão relâmpago que teve duração de nove minutos e outra realizada em tempo recorde, com duração de apenas seis minutos. Essas posturas têm sido alvo de críticas da sociedade civil, que tem ganhado o apoio da bancada de oposição.
“Me senti silenciada”, afirmou a vereadora Lucinha Mota. “Nos últimos meses estou fiscalizando e cobrando da Prefeitura, e percebo que essa é a verdadeira intenção desse longo período de recesso. As sessões são extremamente importantes para debatermos assuntos de interesse coletivo. Acredito que não só eu, mas toda a comunidade de Petrolina acha isso um absurdo”, completou.
O vereador Ronaldo Silva ainda destacou que a decisão representa um “descaso” e “compromete a confiança pública”: “Os problemas urgentes que impactam na infraestrutura, saúde, educação e segurança não entram em recesso. O momento econômico e a necessidade de fiscalização constante do Executivo, bem como as discussões políticas por melhores serviços para a nossa gente demandam nossa dedicação contínua. Nossa prioridade deve ser a representação ativa e contínua das vozes que nos elegeram”, disse.
Em janeiro, o oposicionista Gilmar Santos criticou o atraso no retorno das sessões ordinárias, recesso que durou dois meses no início do ano. A justificativa do Presidente da mesa diretora, Aero Cruz, foi que o local onde acontecem as sessões, a Fundação Nilo Coelho, passava por reformas. Como sugestão, o Mandato Coletivo do professor indicou que as sessões fossem realizadas nas comunidades. Para ele, essa seria uma ótima oportunidade para que os/as parlamentares pudessem discutir com a população os problemas da cidade, como a falta de drenagem e saneamento básico em diversos bairros, porém a proposta foi recusada pelos vereadores do prefeito, que são maioria na Câmara Municipal.
Na sessão ordinária de ontem, além de criticar, mais uma vez, o recesso prolongado, reforçou o compromisso da bancada de oposição com a população e chamou a atenção da sociedade civil para mobilização. “Não faz sentido parar as sessões por 50 dias. Precisamos estar aqui debatendo e defendendo os interesses da população. Espero que as pessoas que não concordam com esse recesso prolongado pressionem os vereadores que apoiaram essa imoralidade e peçam que revejam essa posição”, cobrou Gilmar.
Por: Victória Santana (ACS/Mandato Coletivo)