Mandato Coletivo repudia caso de feminicídio e presta solidariedade à família de Kézzia Homeilly

A professora de Educação Infantil, Kézzia Homeilly, foi assassinada pelo seu ex-companheiro na noite do sábado (11), no bairro Jardim Amazonas, em Petrolina-PE. A nota soma-se a outras manifestações, a exemplo de entidades e movimentos sociais de defesa dos Direitos Humanos, a exemplo da Frente Negra Velho Chico e das Comissões da Mulher e do Direitos Humanos e Cidadania, que se manifestaram contra à violência imposta às mulheres. . Confira:

O Vereador Professor Gilmar Santos, junto ao Mandato Coletivo, vem expressar profunda indignação diante do assassinato de mais uma mulher, vítima de feminicídio em Petrolina. Na noite do dia 11 de Abril, três crianças perderam sua mãe, e uma mãe presenciou o feminicídio de sua filha. Kézzia Homeilly foi brutalmente assassinada por seu ex-companheiro a golpes de faca, na rua 08, do bairro Jardim Amazonas, em plena Semana Santa. Prova de que para o machismo, para a violência do patriarcado, não há dia santo, não há descanso.

Após assassiná-la, Tiago Targino foi filmado sentado tranquilamente a poucos metros do corpo de Kézzia. Verbalizava que não era valorizado e após passar todo o dia à sua procura, não sabia onde ela estava. O modo como descreve o crime hediondo que acaba de cometer não parece racional ou calculado. Parece natural. Isso significa que o ciclo de violência a que estão submetidas muitas mulheres da nossa sociedade tem se naturalizado. Tal ciclo se inicia com falas e posturas abusivas, manifestações de “ciúmes”, um tapa ali, um empurrão aqui…

A cultura que aflinge as mulheres, que está no seio da nossa sociedade, baseia-se em concepções arcaicas e abusivas. Determina o que ela pode e não pode perante as relações e comportamentos sociais. Impõe à mulher a subordinação, a humilhação, a subserviência. Suas vidas e corpos estariam dominados pelo desejo do homem.

Que sociedade é essa, que naturaliza prática tão assustadora? Em 2018 ocorreram 263.067 casos de lesão corporal dolosa contra mulheres, o que significa que, a cada dois minutos, uma mulher foi vítima desse tipo de agressão. No mesmo ano foram registrados 1.206 feminicídios, sendo em que, em 88,8% deles, o autor era companheiro ou ex-companheiro da vítima. Em 2019 o Brasil teve um aumento de 7,3% no número de casos de feminicídio em comparação com 2018. Foram 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – média de uma a cada 7 horas.

Aumenta a nossa indignação quando observamos que figuras públicas, que deveriam dar exemplo contra esse ciclo, só reforçam e reproduzem a violência misógina. São os mesmos que decidem por proibir a discussão de gênero, dos direitos das nossas mulheres nas escolas. Ou ainda, quando o Estado permite que as políticas de combate a violência contra a mulher sejam engavetadas ou funcionem sem recursos adequados. Infelizmente, é o nosso voto que sustenta tal prática.

É muito comum no dia-a-dia ouvirmos falas machistas que impõe a culpa contra as vítimas, e que defendem uma tal “família tradicional”, ao custo do constante sofrimento das mulheres.  

Precisamos dar uma basta em tudo isso. Hoje nos sentimos de luto. Pela vida das mulheres, continuaremos em luta!

Toda a nossa solidariedade à família de Kézzia.

Vereador Professor Gilmar Santos
Mandato  Coletivo.