“Concordamos sobre o péssimo serviço da COMPESA. Precisa melhorar ou ser substituída, mas não por esse tipo de proposta que só favorece o empresariado. Defendemos uma empresa pública municipal com 100% de controle do popular. Isso eles não querem”, ponderou Gilmar Santos
Enviado à Câmara de Vereadores a toque de caixa, e aprovado da mesma forma, nesta terça-feira (24), o Projeto de Lei nº 026, de autoria do poder executivo, que visa a criação da Companhia de Saneamento e Águas do Sertão (SAAS), recebeu uma série de críticas contundentes do Vereador Gilmar Santos-PT.
De acordo com o PL, o objetivo principal é a municipalização dos serviços de saneamento básico da cidade, que atualmente são controlados pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
O projeto prevê que a nova empresa municipal será vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade. A SAAS será responsável por organizar toda logística e o corpo técnico, para captar e fornecer água para a população.
Na avaliação de Gilmar Santos, a criação de uma nova empresa não passa de uma “manobra eleitoreira, antipopular, imprudente e sem eficácia. Falam mal da COMPESA, e nisso estamos em relativo acordo, mas pretendem fazer pior, ou seja, entregar metade do controle dos nossos recursos a empresas privadas, que só visam o lucro.
O parlamentar se refere ao tipo sociedade que será firmada, a mista. Onde 51% do controle será de responsabilidade da Prefeitura Municipal e os outros 49% ficarão a cargo da empresa privada que assumirá a gestão dos serviços.
Gilmar também criticou a falta de diálogo com a população e defendeu a realização de uma audiência com a participação de especialistas, estudiosos da área, organizações sociais e populares do município.
“Nem a população, nem especialistas no assunto foram consultados. As tarifas poderão ser aumentadas e o serviço piorado. Por isso defendemos a criação dessa nova empresa pública municipal, com 100% de controle da população. Isso eles não querem. Além disso, não há garantia alguma de que a tarifa de água e esgoto não sofrerá reajuste e de que a prestação do serviço será de qualidade”, pontuou.
Nessa guerra política entre Prefeitura e Governo do Estado, a população será a única prejudicada. Através de uma comunicação arquitetada para vender uma ideia de solução rápida para o problema, a população está sendo usado para beneficiar quem nunca assumiu de verdade suas responsabilidades com o saneamento básico no município.
O vereador ponderou também quer mais qualidade nos serviços prestados pela COMPESA, não só em Petrolina, mas defendeu a construção de uma solução nova e competente, “e não um novo, e pior, problema”.
Dessa forma, coerentemente, em a defesa do interesse publico, da democracia, o parlamentar votou contrário a proposta que visa fortalecer apenas iniciativa privada.