O documento foi apresentado pelo líder da oposição Gilmar Santos e vereadores da bancada nesta terça-feira (1º)
O Requerimento nº 0385/2023 de autoria da bancada de oposição, que solicitava a criação de uma Frente Parlamentar para discutir a efetivação e garantia de políticas públicas para a saúde, foi derrubado pela maioria do plenário da Câmara Municipal de Petrolina, nesta terça-feira, 1º de agosto. Foram 11 votos contrários e cinco a favor. A Frente Parlamentar, formada por políticos de diferentes partidos, teria como objetivo garantir o direito constitucional da população ao acesso à saúde de qualidade.
Em Petrolina, um dos grandes problemas que a população vem enfrentando atualmente é a negação do direito à saúde, ocasionado pelo péssimo serviço prestado pela gestão municipal e demais entes governamentais. Diariamente a população tem se queixado de vários problemas quando busca atendimento, seja nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nas AMEs, sob a responsabilidade do Executivo Municipal; na UPA; no Instituto Social Medianeiras da Paz (ISMEP), antigo Hospital Dom Malan, que tem o Governo do Estado como responsável ou no Hospital Universitário (HU), sob os cuidados do Governo Federal.
No último dia 24, o Diretor do Hospital Universitário, professor Julianeli Tolentino, divulgou para toda a imprensa do Vale do São Francisco que a taxa de ocupação chegou a 155%, gerando uma situação de extrema gravidade, que preocupou a população de toda a região e também de outros estados. Naquele dia, o HU recebeu 219 pacientes para 139 leitos, ou seja, 80 pacientes ficaram sem o atendimento de que necessitariam, correndo risco de morte. No entanto, o líder da situação, vereador Diogo Hoffman, orientou os demais colegas, aliados do prefeito, a derrubarem o requerimento, o que se confirmou com 11 votos contrários à proposta.
“Ouvir vereador dessa casa se recusando a criar essa Frente Parlamentar é, no mínimo, ofender ou não ter qualquer sensibilidade com a mãe que busca o serviço na unidade de saúde e não encontra lá médico para o seu filho, não encontra medicamento; a gestante que vai no Hospital Dom Malan e que, diante de um parto de risco, perde o seu filho, às vezes perde a própria vida; é alguém que é vítima de acidente, chega no Hospital Universitário e está naquele cenário caótico, superlotado; é alguém que não tem o mínimo de compromisso com o direito à vida e à saúde ”, declarou Gilmar.
Ainda de cordo com o edil, “é urgente que se crie uma frente parlamentar, já que a comissão de saúde não funciona. E que essa frente lute para que a políticas públicas de saúde sejam permanentes e não um evento eleitoreiro, como é o caso desses mutirões que a prefeitura está realizando. É um absurdo saber que pessoas estão esperando por consultas e exames há cinco anos. É uma política de morte. Eles derrubaram o requerimento, mas não vão nos impedir de fiscalizar e cumprir o nosso papel em defesa do nosso povo”, concluiu.
Por Victória Santana (ACS/Mandato Coletivo)