Polícia Civil elucida homicídio dos irmãos Gustavo e Manuel na manhã desta sexta-feira (05)

“De acordo com informações policiais, os homicídios foram praticados por dois adolescentes (16 e 17 anos), que não tiveram a identidade revelada, e Francieldo da Costa Brito, de 26 anos, que cumpria liberdade provisória é apontado como mandante do crime e já é considerado foragido”

Foto: Gilmar Santos

Na manhã desta sexta-feira (05), a Polícia Civil apresentou em coletiva à imprensa a elucidação do assassinato dos irmãos Gustavo Vitor Souza dos Santos, de 13 anos, e Manuel Carlos Souza dos Santos, de 10 anos. O corpo de Gustavo foi encontrado na última sexta-feira (29/3) no bairro Portal da Cidade e o de Manuel foi encontrado nesta segunda-feira (01) no Núcleo 9 do Projeto Senador Nilo Coelho, na Zona Rural de Petrolina.

De acordo com informações policiais, os homicídios foram praticados por dois adolescentes (16 e 17 anos), que não tiveram a identidade revelada, e Francieldo da Costa Brito, de 26 anos, que cumpria liberdade provisória é apontado como mandante do crime e já é considerado foragido. Os menores que foram apreendidos confessaram o crime e informaram que teria acontecido em função de tráfico de drogas. A justificativa é de que Gustavo havia sido torturado para confessar que ele e o irmão haviam roubado uma certa quantidade de droga e onde tinham escondido.

Os acusados moram no Cacheado, mesmo bairro que as crianças assassinadas, e o maior residia no Bairro João de Deus.

O delegado Magno Neves, que está à frente da investigação junto ao também delegado Gabriel Sapucaia, disse que os adolescentes vão responder por Ato infracional análogo a homicídio e que podem ficar internados por até três anos, tendo situação reavaliada a cada seis meses. Informou também que essa situação agora fica a cargo da Vara da infância e da Juventude.

Os vereadores professor Gilmar Santos (PT) e Paulo Valgueiro (MDB), presidente e relator, respectivamente, da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania que vinham acompanhando o caso, também participaram da coletiva de imprensa para obter mais informações e prestar solidariedade à família enlutada.

Gilmar parabenizou a equipe da polícia pelo trabalho e também apontou para a ausência de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes do município, como por exemplo o Conselho da Juventude que está fechado há mais de dois anos.

“A gente reconhece o resultado, esse esforço da polícia, mas ao mesmo tempo ficamos muito tristes porque a cidade necessita de maior investimento em política pública (…) Nós temos aí o Conselho da Juventude há mais de dois anos sem funcionar e sem esse conselho não tem debate sobre política para proteção de direitos da juventude, assim como geração de oportunidades. Nós temos um Conselho da Educação que está há quase dois anos sem funcionar também (…) Nós não temos políticas públicas de cultura, nós não temos nas nossas periferias a música, o teatro, a dança, as artes plásticas oportunizando uma outra relação da nossa juventude com a vida na periferia, então lamentavelmente o que se tem para as nossas crianças e adolescentes é a violência” disse.

Paulo Valgueiro disse que a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania vai continuar acompanhando o caso, inclusive, junto à Secretaria de Defesa social. “Não é porque o crime foi elucidado tão rápido que a perda vai ser sanada. Então é necessário que a gente continue acompanhando para que haja um acompanhamento psicológico, para que haja o fortalecimento dessa família”.

A mãe de Gustavo e Manuel também esteve na coletiva, mas como não estava se sentindo bem falou pouco com a imprensa e disse que espera que a justiça seja feita.

A polícia continua com as investigações e apura se houve a participação de mais pessoas no crime.

 

Da assessoria