Cheque em branco em ano eleitoral: vereadores governistas autorizam Miguel Coelho a contrair empréstimo de 60 milhões para pavimentação, sem projeto e sem consulta popular.

“Esse governo não tem qualquer credibilidade para solicitar empréstimo de tamanho valor já que tem à sua disposição um orçamento de 819 milhões para esse ano e não consegue se quer resolver problemas básicos da população, como é o caso da Biblioteca Municipal que há um ano e meio passa por uma simples reforma e até hoje não foi entregue”. (Gilmar Santos – PT)

 

Na sessão extraordinária dessa segunda, 23, a Câmara Municipal protagonizou mais um ataque  à transparência para com o dinheiro da população. Dezoito vereadores governistas alteraram a lei 3.004, de 11 de janeiro de 2018, que autoriza o prefeito Miguel Coelho a contrair empréstimo de 60 milhões para pavimentação, sem consultar a população e sem que qualquer projeto técnico tenha sido construído.

O empréstimo será concedido pela Caixa Econômica Federal. A instituição bancária exigiu que o governo condicionasse os recursos próprios do município como garantia para o montante, o que não estava expresso no PL aprovado em janeiro.  Desde então a administração do “Novo Tempo” aproveita o ano eleitoral para turbinar propagandas sobre o assunto.

Os vereadores da oposição, Gilmar Santos (PT), Gabriel Menezes (PSL) e Paulo Valgueiro (MDB), nos seus discursos, além de chamarem a atenção para a falta de transparência do projeto, enfatizaram os riscos de endividamento do município, já que o prefeito do “Novo Tempo” não tem demonstrado compromisso com o princípio da economicidade, pois incha sua administração com grande número de cargos comissionado levando as contas públicas a se aproximar do limite prudencial determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Para Gilmar Santos, que chegou a desafiar os vereadores governistas a apresentarem o projeto da pavimentação,  “esse governo não tem qualquer credibilidade para solicitar empréstimo de tamanho valor já que tem à sua disposição um orçamento de 819 milhões para esse ano e não consegue se quer resolver problemas básicos da população, como é o caso da Biblioteca Municipal que há um ano e meio passa por uma simples reforma e até hoje não foi entregue; além da manutenção de equipamentos esportivos, culturais e das praças, essas por sinal foram entregues para a iniciativa privada cuidar. As pessoas deveriam lembrar o histórico desse grupo político com as promessas sobre pavimentação de ruas. Quantas não foram pavimentadas apenas no papel? Porque na prática continuam tomadas pelo esgoto. É a forma como essa gente trata o cidadão”, disse o parlamentar.