Nomes diferentes de uma mesma história que se repete ao longo dos séculos no Brasil, Moïse e Durval, foram vítimas do racismo que tem como consequência o extermínio da população negra
Apresentada pelo Vereador Gilmar Santos-PT, e aprovada pela Casa na sessão ordinária desta quinta-feira (15), a homenagem será enviada, também, à Coalizão Negra por Direitos, em razão das mobilizações em defesa da vida e contra o racismo que tem matado e desestruturado milhares de famílias no país.
“O racismo tem estruturado a sociedade brasileira de maneira que coloca, historicamente, a população negra nas piores condições sociais e exposta a riscos de morte. Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho, são vítimas de uma mesma história que se repete ao longo dos séculos no Brasil, o extermínio da população negra motivada pela cor da pele e ódio racial produzido por setores da elite branca e racista nacional”, afirmou Gilmar Santos.
O Imigrante congolês, Moïse, 24 anos, foi assassinado brutalmente com chutes e pauladas, no dia 24 de Janeiro, por pessoas ligadas a um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro-RJ, que se negaram a pagar parte do seu salário.
Durval, 38 anos, foi morto com três tiros, disparados por um militar da marinha, no dia 02 de fevereiro. O crime ocorreu quando ele chegava em casa, num condomínio, em São Gonçalo-RJ. A justificativa dada pelo militar foi de que o “confundiu” com um ladrão.
“Vidas Negras importam! E é por isso que não vamos nos calar, não podemos permitir que tantos outros Moïse e Durval continuem sendo assassinados e tendo seus sonhos interrompidos em razão da sua cor”, defendeu.
No Brasil, a chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. Cerca de 77% dos casos de homicídio no Brasil são de pessoas negras. Os dados são do Atlas da Violência 2021.
“A Coalizão Negra por Direitos, assim como os familiares dessas vítimas do racismo, merece toda a nossa solidariedade, pelo compromisso que tem demonstrado com a organização e mobilização do povo preto no Brasil. A luta da Coalização é, para além de justiça, alcançar mudanças profundas nas estruturas sociais, de poder e do Estado, para garantir dignidade e igualdade de oportunidades ao povo negro”, pontuou Gilmar.