“Sem garantia de direitos não há o que comemorar”

Quarta-feira, 1º de maio, é dia do trabalhador, mas para o vereador professor Gilmar Santos (PT) não há o que comemorar quando os trabalhadores tem seus direitos negados

Foto: Hyarlla Wany

Quarta-feira (01/05) é comemorado o Dia Mundial do Trabalhor e o vereador professor Gilmar Santos (PT) aproveitou sua fala na tribuna durante a sessão plenária dessa terça (30/04) para dar uma verdadeira “aula de história” a respeito do que chamamos hoje de “trabalho”.

O parlamentar começou apresentando a origem da palavra, que vem do latim tripalium e significa castigo. “‘Tripalium’ era um instrumento de três madeiras fincadas ao chão utilizadas para torturar escravos na antiga Roma (…) o trabalho que lá no ínicio, na origem da humanidade era uma atividade de realização (…) foi se transformando em uma atividade de exploração (…). As sociedades romanas, gregas, assim como diversas sociedades passaram a utilizar a escravidão como meio de garantia de privilégios para a minoria de uma elite que enriquecia através da exploração da grande massa de trabalhadores” disse.

Dada essa informação o parlamentar comparou o que seria o “tripalium” às propostas do “desgoverno” Bolsonaro, como por exemplo, a PEC 06/2019 que dispõe de uma reforma da previdência que sacrifica a classe trabalhadora; a extinção do Ministério do Trabalho através da MP 870- que surge como uma forma de fragilizar os direitos trabalhistas- entre outras medidas que atacam os direitos e a vida dos trabalhadores brasileiros. Além disso, falou sobre os retrocessos advindos da lei da terceirização e da Reforma trabalhista de 2017.

“Nós tivemos de 2017 para 2018 todo o processo de implementação da terceirização no país, e o que significa essa lei da terceirização? Significa dizer que os terceirizados trabalham 30% mais do que aqueles não terceirizados e ganham 30% menos (…). O discurso dos congressistas que votaram pela lei da terceirização era de que facilitando as regras para as empresas, os empresários iriam aumentar 12 milhões de emprego no nosso país. Passaram se aí mais de um ano e nós não temos nenhum sinal de aumento de emprego, muito pelo contrário, nós temos sinal de desemprego” disse e continuou  “Um outro exemplo é a reforma trabalhista, ou melhor, a “contrarreforma” trabalhista (…) Os empresários diziam que era para modernização, repito, a reforma trabalhista veio para a escravização”.

Na oportunidade, o parlamentar lembrou as conquistas da classe trabalhadora durante o governo Vargas destacando a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Lembrou também do governo João Goulart com as propostas de proteção social expressas nas reformas de base; e dos Governos Lula e Dilma, com as políticas de valorização do salário mínimo e de geração de emprego.

Segundo uma pesquisa do (antigo) Ministério do Trabalho, mais de 20 milhões de empregos foram gerados durante os governos petistas. No governo Lula (2003-2010) 15,384 milhões de vagas foram abertas, nos três primeiros anos da gestão de Dilma foram 4,880 milhões, somando um total de 20,264 milhões de empregos formais.

“Nós tivemos uma “era” de emprego onde as pessoas tinham a possibilidade de ter sua carteira assinada e de ter direitos sociais protegidos, agora tudo isso está sendo destruído” Afirmou o edil.

Para Gilmar, o atual governo não tem compromisso com a população, principalmente com os mais pobres, e que por essa razão todos os governos que defendiam os direitos do povo sofreram golpe. “Eles derrubam Dilma,
prendem lula, para em seguida atacar a classe dos trabalhadores” indagou.

Diante de tantos retrocessos e ataques aos trabalhadores, o parlamentar disse que não existem motivos para se comemorar o 1º de maio, mas sim motivos para lutar.

“Nós temos motivos para comemorar o dia do trabalhador? Não! Sem garantia de direitos não há o que comemorar, mas para lutar, e muito” concluiu.