O encontro que reuniu mais de 100 pessoas na UNEB, em Juazeiro, teve como objetivo propor saídas para a possível contaminação da Bacia hidrográfica do rio do São Francisco
O mandato coletivo participou de uma convocatória emergencial na UNEB em Juazeiro-BA, nesta terça-feira (05), para debater a possível chegada dos rejeitos tóxicos oriundos do rompimento da barragem Córrego do Feijão, na cidade de Brumadinho, ao Rio São Francisco, com previsão para o dia 14 deste mês.
Além do mandato coletivo, se fizeram presentes representantes do Departamento de Ciências Humanas (DCH), UNEB, Campus III; Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS), UNEB, Campus III; Instituto Federal (IF) -Sertão Pernambuco; EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Secretaria de Meio Ambiente de Juazeiro; Secretaria de Desenvolvimento de Juazeiro; SAAE – Serviço de Água e Saneamento Ambiental de Juazeiro (Ba); IRPAA – Instituo Regional da Pequena Agricultura Apropriada ASA – Articulação do Semiárido Brasileiro Associação de produtores do Rio Salitre Sindicato de Trabalhadores Rurais de Juazeiro Movimento de Atingidos Por Barragens (MAB) CPT – Comissão Pastoral da Terra Alunos de graduação e da pós-graduação da UNEB e da UNIVASF CBHSF – Comitê de Bacias do São Francisco Diretoria de Diversidade da Prefeitura Municipal de Juazeiro; União de Associações do Salitre; Promotoria Pública da Área Ambiental de Petrolina;
Durante a reunião, que teve como objetivo pensar e articular saídas técnicas e humanitárias para esse desastre anunciado, foram elencadas 11 propostas que serão encaminhadas por um comitê interinstitucional, composto por pesquisadores, técnicos, estudantes e pessoas da sociedade civil, que se reunirá no próximo dia 13 de fevereiro, às 9 horas na UNEB. Um dos encaminhamentos aprovados foi o apoio a uma manifestação de rua que está sendo puxada por organizações populares e movimentos sociais para o dia 25 de fevereiro, quando faz um mês do crime ambiental de Brumadinho.
As propostas apresentadas pelos presentes foram as seguintes:
- Criação de um comitê para encaminhar ações com relação ao crime cometido pelo Vale e melhorias das condições de vida do Rio São Francisco;
- Realização de uma ação no dia 25 de fevereiro com todas as entidades, data em que o crime ambiental de Brumadinho completa um mês;
- Organização de um grupo de comunicação que dê visibilidade às questões discutidas;
- Elaboração de ações que alcancem toda a população e não se limitem aos muros das universidades e/ou instituições;
- Formação de um grupo de trabalho composto por professores das universidades e institutos de pesquisa que façam um trabalho técnico-científico de caráter interdisciplinar;
- Financiamento das análises de água pela empresa Vale;
- Apoio logístico da Secretaria do Meio Ambiente de Juazeiro para realização das análises de água;
- Organização de coletivos de monitoramento;
- Realização de ações permanentes nas universidades para sensibilização e esclarecimento;
- Organização de um evento, no mês de março, no qual todas as universidades e instituições apresentem os trabalhos que realizam na área ambiental;
- Produção de conteúdo para as mídias sociais.
Uma das conclusões desse encontro é de que, apesar do crime cometido ter sensibilizado muitas pessoas, e da eminência da contaminação da água na região, os problemas ambientais sofridos pelo Rio São Francisco são muito maiores e têm se acumulado ao longo do tempo. Situação essa que preocupa e indigna a comunidade que busca entender como ficará a situação dos pescadores da região, a exportação de frutas, a situação das comunidades que não tem acesso à água potável, entre outros levantamentos que nortearam o encontro.
Essa é a segunda vez que uma barragem da Vale se rompe. Apontado como um dos maiores acidentes de trabalho no Brasil e na América Latina.