Nota em solidariedade à estudante Camila Roque, vítima de agressão policial em Petrolina

Em defesa da vida e de uma cultura de paz, sigamos em luta, e em resistência!

É com profunda indignação e repúdio que, em pleno mês da Consciência Negra, o vereador Prof. Gilmar Santos (PT) — Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Petrolina — e o Mandato Coletivo, recebem a notícia da agressão policial sofrida pela companheira Camila Roque, mulher, negra, diretora da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE) e militante da União da Juventude Revolucionária (UJR). O fato ocorreu no último dia 09 desse mês, quando quatro policiais abordaram a jovens e outras duas estudantes no centro da cidade de forma abusiva e com armas em punho.

Identificando material de formação marxista na bolsa das jovens, um dos policiais desdenhou, desqualificou o material e ameaçou apreendê-lo. Camila argumentou sobre a ilegalidade da ação e sobre o direito de liberdade de pensamento e expressão, previsto na Constituição Federal. Após o abuso de autoridade e tentativa de intimidação, as jovens foram liberadas. Porém, Camila foi seguida por um dos policias, que a agrediu com um soco no rosto, a xingou de “terrorista” e a ameaçou dizendo que “Bolsonaro vai acabar com isso tudo”.

Expressamos aqui nossa solidariedade à Camila e às demais jovens diante de tamanha covardia e truculência promovida por agentes do Estado que deveriam garantir segurança à nossa sociedade. Sabemos o quanto essa ação é representativa da estrutura racista, machista, misógina, sexista, desigual e opressora que permeia a nossa história e as nossas instituições, principalmente na atual conjuntura, estimulada por lideranças políticas reacionárias e fascistas, a começar pelo próprio presidente da República.

Reafirmamos nosso compromisso de continuarmos em luta contra toda e qualquer forma de violência, e pela promoção e defesa de políticas públicas que garantam igualdade e oportunidades para as minorias mais oprimidas da nossa sociedade e, de maneira particular, às mulheres negras.

Sabendo que esse tipo de prática não deve fazer parte do comportamento da maioria dos policiais e de que há profissionais sérios e comprometidos com os direitos humanos nos órgãos de segurança pública, exigimos as devidas providências e punições para esses maus policiais.

Em defesa da vida e de uma cultura de paz, sigamos em luta, e em resistência!

Vereador Professor Gilmar Santos- PT
Mandato Coletivo

Movimentos Sociais repudiam em nota, comportamento machista do vereador Osinaldo Souza (PTB)

“(…) estamos juntas contra o machismo em qualquer instância de poder. Não ao machismo! Não ao racismo! Repúdio ao vereador Osinaldo Souza” Diz a nota.

Foto: Blog Preto no Branco

A Associação Espírita e de Cultos Afros Braileiros  (AECAB ) e Mulheres de Terreiros, na pessoa de Teresa  Maria da Silva, unidas a outras vozes do Movimento Feminista e Movimentos da Sociedade Civil Organizada tornam pública nota de repúdio por não aceitarem o repetitivo comportamento machista e preconceituoso do Vereador Osinaldo Souza (PTB), na Câmara de Vereadores de Petrolina.  Confira abaixo a nota na íntegra:

NOTA DE REPÚDIO

A Rede de Mulheres Negras,  A Rede de Mulheres do São Francisco,  as mulheres de terreiros, e os movimentos de apoio a luta das mulheres contra a violência e o racismo, repudiam veementemente o comportamento do vereador de Petrolina Osinaldo Sousa, que mais uma vez em atitude racista e machista,  na sessão desta terça-feira (26),  desrespeitou a vereadora do partido dos trabalhadores Cristina Costa, chamando de insensata, quando colocou a frase “ Cristina Costa em seu único minuto de sensatez” .  A interpretação é de que se aquele era o único minuto de sensatez, como consta dos anais da Casa Plínio Amorim, a vereadora é insensata. De acordo com o dicionário da língua portuguesa, o contrário de sensato é “insensato”, ou seja, desajuizado, desequilibrado, instável, insano, louco, desvairado, doido, maluco, alucinado, tresloucado, desnorteado, etc.

O vereador Osinaldo agiu de forma machista e racista. Cristina foi atingida também no discurso do parlamentar como defensora das minorias, dos direitos humanos, como sindicalista, como professora e servidora, como mulher negra. Negra e maluca, é racismo como retrata a própria história de luta negra. O vereador não mede palavras. E como representante do povo de Petrolina, se mostra totalmente despreparado, porque é secretário da Comissão de Direitos Humanos. Que direitos pode defender um edil que desrespeita uma colega de parlamento, que é mulher, que é negra? Que é de luta e de militância da causa feminista? É notável que esse representante eleito pelo povo mostra incapacidade de atuação nesse sentido.

Os movimentos de defesa dos diretos da mulher, a Rede de Mulheres Negras, A Rede de Mulheres do São Francisco, as mulheres de terreiros, não aceitam nenhum tipo de violência contra mulher em nenhum espaço. Cristina Costa é política, representante de lutas importantes para os movimentos feministas, conhece nossas causas, e estamos juntas contra o machismo em qualquer instância de poder. Não ao machismo! Não ao racismo! Repúdio ao vereador Osinaldo Sousa.

Assinam essa nota:

AECAB – Associação Espírita e de Cultos Afros Braileiros – Mulheres de Terreiros

União Brasileira de Mulheres – Socorro Lacerda

Marcha Mundial das Mulheres núcleo sertão

Partido dos Trabalhadores

Márcia Guena – professora da UNEB e presidente do conselho municipal de promoção   da igualdade racial de Juazeiro (Compir)

Simone Paim – Presidente CUT – Petrolina

Angela Coelho de Santana – Radialista, negra, feminista, blogueira

Antônio  Carvalho – professor, pesquisador,  comunidade LGBT

Normeide  Sousa Freitas

SINTEPE  –  Sindicato Trabalhadores em Educação de Petrolina

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – Petrolina

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados de Petrolina –  Lucilene   Lima / Marcia Rosa.

Consulta Popular

Frente Brasil Popular

Levante Popular

Vereador Gilmar Santos – presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania