Mais uma vez, vereadores ligados ao prefeito Miguel Coelho negam solicitação da Oposição sobre operação Lava Jato

“É um governo que não tem compromisso com a transparência”, enfatizou Gilmar Santos

Foto: Mônia Ramos

O líder da Bancada de Oposição, o vereador Paulo Valgueiro, ficou perplexo na sessão ordinária desta quinta (26), ao ver mais um requerimento do seu grupo reprovado. “Se não há o que temer, porque tanta blindagem?”, questiona Valgueiro.

Na sessão de terça (24), ao rejeitar a solicitação de informações sobre a citação de Petrolina na Operação Lava Jato que pressupõe o envolvimento em acordo ilegais do senador, Fernando Bezerra Coelho, do deputado federal Fernando Bezerra Filho e da Prefeitura de Petrolina, o líder da situação Aerolande Cruz usou o argumento a ausência da assinatura do vereador Elismar Gonçalves no documento apresentado à Casa.

O requerimento n° 300/2019, apresentado nesta quinta (26), pedia a presença do excelentíssimo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, à Casa Plínio Amorim para prestar esclarecimentos acerca dessas graves denúncias amplamente divulgadas pela mídia nacional desde a última quinta (19), com novos episódios de lá para cá, citando os políticos de Petrolina, pai e irmão do prefeito. E desta vez, o documento, requerido pelos vereadores da bancada de oposição, Paulo Valgueiro, Gabriel Menezes e Gilmar Santos, estava devidamente assinado e protocolado na secretaria da Casa, obedecendo às exigências regimentais. Ainda assim, fora rejeitado por 16 votos da situação, contra 4 votos dos edis da Bancada Oposicionista, Paulo Valgueiro, Gabriel Menezes, Gilmar Santos e Cristina Costa. Aero, por sua vez, não justificou o pedido de destaque da matéria, como é praxe, quando isso ocorre. Mas, logo após, na sala de imprensa, avisou: “Se a oposição continuar com esse comportamento, vamos derrubar tudo deles: indicações, requerimentos e projetos”.

Paulo Valgueiro ressalta que se há lisura nos procedimentos licitatórios da Prefeitura de Petrolina, não vê problema de o prefeito prestar contas à população que o elegeu. “Afinal de contas é papel do homem público prestar contas à sociedade, se o prefeito Miguel Coelho não tem o que esconder e não teme as investigações da Polícia Federal porque os vereadores de sua base estão desesperados e blindando ele a qualquer custo? O povo de Petrolina merece respeito prefeito”.

O vereador Gabriel Menezes lembra que “o escândalo que tomou conta da mídia nacional resultando na ação cautelar 4.430 (de buscas e apreensão), de 09 de setembro de 2019, do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, podendo envolver a gestão do prefeito de Petrolina para pagamento de agiotas (…) precisa de esclarecimento, mas os vereadores do prefeito, descompromissados com a população de Petrolina, querem abafar o caso. Podem abafar aqui no município, mas o Brasil inteiro, lamentavelmente, dorme e acorda com noticiários negativos de nossa cidade”.

O também proponente do requerimento, Gilmar Santos, enfatiza. “É um governo que não tem compromisso com a transparência, dizem aqui que é política, mas claro que é política, a política em defesa do interesse popular”.

A operação, chamada Desintegração, baseia-se em delações premiadas da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016, aponta envolvimento do senador Fernando Bezerra e do deputado Fernando Filho, pai e irmão do prefeito de Petrolina. Inclusive, a ação ocasionou no bloqueio de bens, no valor de R$ 5,5 milhões em relação ao senador e de R$ 1,7 milhão em relação ao filho deputado, para aprofundamento das investigações.

As denúncias apontam irregularidades em obras no Nordeste, como a transposição do Rio São Francisco, agora, aponta que a Prefeitura de Petrolina é utilizada para pagamento de dívidas de campanha dos políticos citados. “As denúncias são graves e precisam ser esclarecidas”, completa Valgueiro.

Por Mônia Ramos/Bancada de Oposição Petrolina