Vereadores do Governo reprovam requerimento do Professor Gilmar Santos (PT) que solicita audiência sobre Regularização Fundiária no Município de Petrolina

O requerimento foi posto para votação na manhã desta terça-feira (24) e foi reprovado por 16 votos a 06

Foto: Camila Rodrigues

O vereador professor Gilmar Santos (PT) apresentou, na manhã desta terça-feira (24), o requerimento Nº295/2019 que solicita a realização de uma Audiência Pública para discutir as questões relacionadas a regularização fundiária nos mais diversos locais do município de Petrolina.

A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam a regularização de assentamentos irregulares e a titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Para a regularização de imóveis no Brasil, a legislação específica já editada instituiu várias espécies e modalidades de regularização fundiária, pretendendo, com isso, obter um reordenamento do espaço territorial brasileiro, dando ênfase aos meios ambientais urbanos como medida fundamental à integração social, à salubridade e à qualidade de vida.

De acordo com Gilmar, “a regularização fundiária é uma demanda antiga da população de Petrolina, haja vista que diversas comunidades aqui do município iniciaram sua vida em torno de ocupações, que fazem parte de uma luta histórica por direito à moradia do nosso povo. Mesmo após a habitação, essas comunidades não foram regularizadas para ter direito às suas escrituras, e nesse sentido, muitas delas foram negligenciadas pelo poder público e isso acaba contribuindo de alguma forma com a fraude – a exemplo das denúncias sobre as pessoas que têm casa e conseguiram casa no programa “Minha Casa, Minha Vida”-, com a especulação imobiliária e o desordenamento urbano do nosso município”.

Durante a votação em bloco, o vereador Ronaldo Souza fez pedido de destaque ao requerimento, e disse que “aqui (na Câmara) não se discute mais regularização fundiária”. Porém, o parlamentar cai em contradição tanto ao citar diversos bairros de Petrolina que ainda não foram regularizados, quanto ao se colocar como defensor da regularização de terras e votar contra o requerimento.

Em resposta a Ronaldo, o vereador Gilmar argumentou que apenas posse de título não é suficiente: “Eles justificaram que iriam votar contra porque o prefeito já deu título de posse para mais de 5 mil pessoas, mas título de posse não é suficiente para se garantir a regularização, pois,  diz respeito a um conceito amplo que envolve, além do título, a escritura, mas também a infraestrutura necessária para aquelas pessoas viverem bem. Ora, não se pode ter apenas título de posse e ao mesmo tempo um bairro sem saneamento, sem pavimentação, sem serviços diversos”.

Foto: Camila Rodrigues

Votaram a favor do requerimento, os vereadores Gilmar Santos (PT), Cristina Costa (PT), Paulo Valgueiro (MDB), Gabriel Menezes (PSL), Ronaldo Silva (PSDB) e Gaturiano Cigano (PRP). Os vereadores que votaram contra foram: Ronaldo Souza (PTB), Elias Jardim (PHS), Rodrigo Araujo (PSC), Osinaldo Souza (PTB), Alvorlande Cruz (PSL), Aero Cruz (PSB), Manoel da Acosap (PTB), Maria Elena (PSB), Zenildo Nunes (PSB), Ruy Wanderley (PSC), Gilberto Melo (PR), Major Enfermeiro (MDB), Alex de Jesus (PRB), Zé Batista (PDT). Estiveram ausentes Elismar Gonçalves (MDB) e Cícero Freire (PR).

“A gente fica muito triste, tivemos uma audiência recentemente sobre o Programa Minha Casa Minha Vida, as pessoas clamando por moradia, clamando para que a justiça enfrente as fraudes, as irregularidades, e nós temos a mesma Câmara que disse ter compromisso com essas pessoas, votando contra o interesse delas. Fica para a população de Petrolina julgar o comportamento desses vereadores, até porque eles vão bater na porta desses cidadãos/ãs nessa próxima eleição”, concluiu Gilmar.