Vereador professor Gilmar Santos (PT) presta moção de pesar aos familiares do massacre de Suzano e reafirma seu compromisso contra todo e qualquer tipo de violência

“O nosso papel enquanto representantes da população é estar constantemente buscando apresentar soluções e caminhos que venham a prevenir e também ajudar a superar essa cultura de violência presente em nossa sociedade”

Foto: Hyarlla Wany

Durante a sessão plenária desta quinta-feira, o vereador professor Gilmar Santos (PT) solicitou a todos os que se faziam presente 1 minuto de silêncio em nome dos familiares e das vítimas do massacre em Suzano, bem como refletir sobre os índices da violência no país e sobre como nossas ações podem contribuir para a superação dessa barbárie.

O atentado aconteceu na última quarta-feira (14), quando dois jovens armados invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, município da grande São Paulo, e atiraram contra funcionários e alunos. Ao todo, 8 pessoas foram assassinadas. Após o atentado, Luís Henrique de Castro, de 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, que eram ex-alunos da escola, cometeram suicídio.

O que mais chama atenção é o fato do massacre ter acontecido em meio ao fervoroso debate sobre posse de armas promovido pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que no dia 15 de janeiro assinou decreto que facilita a posse de armas de fogo no país. O argumento do mesmo é de que o armamento aumenta a segurança, porém, garantir segurança da população não deveria ser papel do Estado? Se é necessário que civis portem arma para garantir sua própria segurança, para que serve o Estado?

Para Gilmar, esse atentado é um reflexo da sociedade em que estamos inseridos, uma sociedade que tem na presidência alguém que cultua a violência, a morte, a distribuição de armas para a população, e não o fortalecimento de políticas de prevenção à violência.

“Esse massacre que acontece em Suzano é um reflexo de uma sociedade que, lamentavelmente, prefere cultuar a violência do que propriamente as políticas de prevenção. As nossas escolas não precisam de mais armas ou de detectores de metais… Como resolver esse problema se nas escolas não tem nem merenda para os estudantes? Não tem papel higiênico! O que as nossas escolas precisam de verdade é de professores qualificados, bem pagos, que saibam acolher os estudantes, que saibam transmitir conhecimento e que levem aos estudantes a perspectiva de construir uma sociedade pacífica. Os nossos professores também são vítimas dos baixos salários, da péssima formação, das humilhações, das péssimas condições das escolas (…) Esse massacre faz com que nós pensemos no quanto nossas escolas precisam de maior qualificação. O nosso papel enquanto representantes da população é estar constantemente buscando apresentar soluções e caminhos que venham a prevenir e também ajudar a superar essa cultura de violência presente em nossa sociedade. Se nós temos políticas públicas acompanhando a educação, a cultura das nossas crianças e adolescentes, nós estaremos enfrentando a cultura da violência” Disse.

Na oportunidade, o parlamentar também comentou sobre a reunião que teve junto à Comissão de Direitos Humanos com setores que cuidam das crianças e adolescentes do município, e disse que somente através de políticas públicas efetivas e de investimentos na educação é que será possível construir uma sociedade melhor.

“A gente acredita que somente através de investimento e do debate responsável e comprometido sobre políticas públicas com o governo municipal e as instituições é que vamos conseguir melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes de nosso município (…) Ontem eu e mais alguns companheiros da comissão de direitos humanos nos reunimos com setores que cuidam de crianças e adolescentes e estamos numa força tarefa, somando esforços para que nas nossas escolas não tenhamos racismo, para que nas nossas escolas não tenhamos discriminação, para que nas nossas escolas os adolescentes sejam melhor orientados, para que nas nossas escolas as pessoas com deficiências sejam melhor acolhidas, para que nas nossas escolas exista respeito efetivo (…) É o que muitos estudantes presentes naquele massacre queriam, os servidores e servidoras, é o que nós queremos! Não queremos armas, queremos dignidade e investimentos na educação, na cultura. Queremos assegurar a dignidade do nosso povo” Conclui.